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BOOK REVIEW "VISÃO DE PRATA" #OSOUTROS #3, ANNE BISHOP

1 de Maio, 2018
A cada livro, sinto que tenho menos a dizer. Não porque a saga se esteja a denegrir, mas sim porque aos meus olhos se tem tornado melhor. Muito melhor! Já perdi a conta das vezes em que me coloquei a apreciar em silêncio a capacidade que esta autora tem ao criar problemas e ao conduzi-los às suas respectivas soluções, de maneira gradual e em contexto com toda a história. Comprometi-me em vir falar de cada livro à medida em que os vou lendo, mal desconfiando deste momento, em que a única coisa que me apetece partilhar são gritos em forma de apreço. Sinto que a cada página, vou aperfeiçoando o meu entendimento da nossa espécie, apesar de não se tratar de uma saga mega filosófica, com lições de moral bem explícitas a cada passagem.
“Os Outros” são uma saga de livros que existem para nos fazer viajar e abandonar o planeta Terra, de vez em quando. Sabe bem, faz bem, é revitalizante. O que tenho vindo a aprender é que Anne Bishop tece críticas à nossa sociedade, camuflando-as em fantasias bem conseguidas e viciantes. Prestando a devida atenção, acabamos por lhe dar razão, sem que ela nos peça por isso. “Visão de Prata” dá continuidade a tudo aquilo que vamos retendo dos dois primeiros livros, apresentando-nos uma ação estável e que se auto-justifica em certas ocasiões. Por nos sentirmos hipnotizados, nem damos conta de algumas falhas e que poderiam ser colmatadas, contudo, nem isso é suficiente para juntarmos à lista dos contras, se é que tal se pode aplicar aqui. 
Cada vez mais, estou a adorar as personagens principais e a evolução de que são vítimas, uma prova de que uma pequena circunstância é capaz de derreter o maior dos glaciares! Li pelo Goodreads muitos fãs indignados com o final das duas personagens principais. Para mim, foi um autêntico spoiler e confesso que me chateei na altura, porventura, e sempre que estou a ler, compreendo a motivação da autora ao só ter feitor aquilo por eles. Penso que a relação entre Simon e Meg é uma das mais bonitas que já li, exatamente por não ser tão corrido como tantas que por aí deambulam. 
Aos poucos, eles vão estudando aquilo que sentem e são bastante cuidadosos ao se aproximarem, pese embora a certeza de cada uma das outras personagens sobre os seus sentimentos. Termino cada capítulo a fazer beicinho, de certa maneira a invejar a relação que eles têm e queira Bishop que nada de mal lhes aconteça! Para além deste romance progressivo, há imenso mistério que nos aguça a concentração, os conflitos estão cada vez mais apetitosos e até desgostando de alguns seres humanos aqui presentes, receio do que lhes possa vir a acontecer se eles continuarem a ultrapassar os limites!

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