É verdade de que nos afastámos de muitas coisas, mas também é verídica a aproximação que se estende por algumas relações, graças às novas tecnologias. Penso que apesar de existir alguma verdade nas afirmações que fazem, não acho que seja completamente justo pintar os novos avanços como o bicho-papão que formou personalidades arrogantes, distantes, insensíveis. Já antes da internet, este tipo de pessoas existia, só não tinham maneira de manifestar e encontrar quem pensasse da mesma maneira retrógrada. Pese embora as desvantagens, é pela sua existência – a da internet! -, que muitas outras pessoas se aperceberam das mudanças que exigem a sua atenção, nomeadamente no seu interior.
Já faz algum tempo em que eu tenho tentado adotar um estilo de vida minimamente minimalista, procurando por adotar metas e ambientes mais propícios à minha criação. Encaro este estilo de vida com algum fascínio e deixo-me embasbacar com os relatos que oiço e vejo por aí. Acredito que decidir ser minimalista implica um exercício de força mental e espiritual para que os nossos desejos se cumpram e as derrotas se tornem mais fáceis. Há que saber considerar, ponderar de forma consciente, acreditar e aceitar de que nós não precisamos de esbanjar trezentos rins para conseguirmos meio mundo. Na verdade, não é necessário.
Escrevo esta reflexão com “InnSaei” na mente. Tive todo este tempo para chegar a uma conclusão e a verdade é que ainda estou por descobrir de que maneira é que poderei ficar ainda mais afastada daquilo que me intoxica. De dia para dia, livro-me de resíduos, de pessoas, de objetos, de pensamentos, mantendo por perto aquilo que me faz realmente bem. Reconhecendo o que é que me beneficia, apenas corro atrás disso. Lá se foi o tempo em que eu regava sementes que se recusavam a brotar, em que eu distribuía porções do meu coração sem receber nada em troca. Confesso que criei algum receio em fazê-lo, mas quando sei que vale a pena depositar todo o meu esforço em algum projeto, seja ele o de conquistar, escrever, fazer amigos, eu deixo o meu lado racional no modo reserva e confio nos meus sentimentos. Apesar do medo em confiar, eu escolho dar uma oportunidade e trabalho para que resulte.
Para além das conexões exteriores, sou ainda mais apologista da auto construção, pois, é devido a isso que transcendemos nas nossas relações e aprendemos a crescer, defendendo com unhas e dentes as nossas crenças e considerando as dos outros, evitando conflitos. Para os que vivem na constante dúvida de como dominar essa vertente das suas vidas, afirmo de que depende da vontade e dos aspetos pessoais de cada um. Há quem prefira embrenhar-se numa floresta e conversar com a natureza através da meditação. Por outro lado, outros gostam mais da praia, dos jardins, do conforto da sua casa e do seu chá. Há quem se instale numa esplanada e se aproveite do sol, das leituras, do movimento alheio. Existem tantas fórmulas para nos auto encontrarmos, que também existe um limite até onde poderei chegar com tamanhas sugestões. Chama-se “criar conexões connosco mesmos” por alguma razão, e eu não sou ninguém para vos indicar um caminho definitivo. Apenas existo para vos alertar de que algum existe, nada mais.
Publicação inserida no projeto #MOVIE36. A criadora, Carolayne Ramos, do blogue “IMPERIUM“.. A parceira oficial é a Sofia Costa Lima, do blogue “A Sofia World” As participantes: Inês Vivas, “VIVUS ” | Vanessa Moreira, “Make It Flower ” | Joana Almeida, “Twice Joaninha” | Joana Sousa, “Jiji ” | Alice Ramires, “Senta-te e Respira ” | Cherry, “Life of Cherry ” | Sónia Pinto, “By The Library ” | Francisca Gonçalves, “Francisca ” | Inês Pinto, “Wallflower ” | Carina Tomaz, “Discolored Winter ” | Sofia Ferreira, “Por onde anda a Sofia” | Rosana Vieira, “Automatic Destiny ” | Abby, “Simplicity ” | Sofia, “Ensaio Sobre o Desassossego “
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