AS MINHAS REGRAS DE OURO PARA QUEM TEM UM BLOGUE

Estou longe de ser um exemplo para alguém, tendo em conta que ando pouco ativa pela blogo, contudo, reconheço o bom trabalho que tenho feito por aqui. Cheguei ao ponto de evitar sentir-me em baixo de cada vez que algo não vai ao encontro das minhas expectativas, tentando manter um pensamento positivo. Há uns dias, naqueles em que eu não me andava a sentir motivada para nada, a Sofia publicou uma review de um livro que nos apresenta as regras de ouro para se ter um blogue. No final, ela desafiou-nos a escrevermos aquelas que consideramos as nossas regras. Ela até teve a simpatia de me enviar o link da sua publicação, com a intenção de me dar um tema no qual trabalhar. Sei que já vou “atrasada”, mas quis que as coisas ficassem bem feitinhas e não apenas por fazer.
E é aqui que introduzo a minha regra #1 – Não escrever só porque sim Compreendo quem goste de ter o seu cantinho atualizado, e não censuro quem o faz, mas enquanto espectadora, chega a um ponto em que me sinto saturada pela repetição de metodologias, temáticas, formas de abordagem, e que eu acredito que poderiam ganhar uma nova cara se a pessoa se dedicasse “um pouco menos”. Quero com isto dizer que mais vale cogitarmos bem acerca de uma publicação, moldá-la devidamente, esperar que as ideias assentem e rever os textos com cuidado, do que correr atrás de uma atualização forçada, somente para não deixarmos os leitores em alto mar, perdidos.
Se eles gostam do conteúdo que produzimos, eles permanecerão de cada vez que publicarmos. Não estou para aqui a incentivar intervalos absurdos entre cada publicação, mas acredito que um dia sim e um dia não seria o ideal para grande parte dos bloggers. Não há mal algum em querermos aperfeiçoar o nosso trabalho, mesmo que isso implique não atualizar o blogue todo o santo dia. Vejamos isto como aqueles trabalhos da faculdade: se queremos que eles tenham a devida qualidade, e tendo em conta que os fazemos com a devida antecedência, os resultados serão bem melhores e mais benéficos. Prudência, uma qualidade a ter em conta.
#2 – Apostar nas mudanças e não ter medo delas Talvez esteja a escrever isto movida pelas minhas vivências mais recentes, mas a verdade é que todos nós necessitamos de mudar, em todos os aspetos. Viver num loop constante leva-nos a crer de que tudo está errado e que nada, nem ninguém, quer saber de nós. Quantas e quantas vezes, enquanto bloggers, já não nos sentimos aliciados pela desistência, apenas porque nunca considerámos mudar o nosso rumo? Seja em termos de layout, escrita, temas, apresentação gráfica, plataforma, enquanto testemunha destes aspetos, posso afirmar de que se torna mais inspirador quando cortamos o mal pela raiz e inovamos os nossos métodos.
#3 – Largar um pouco as estatísticas e fazer o que realmente gostamos Vou-me contradizer um bocado, mas um dos maiores segredos de se ter um blogue e fazer parte da comunidade blogosférica passa pela dedicação que implementamos às coisas de que mais gostamos. Ora, seguir as estatísticas ao ínfimo pormenor torna tudo mais complicado, porque faz parte de nós encararmos os dígitos e nos sentirmos tentados a repetir a mesma fórmula, vezes e vezes sem conta, desacreditando as nossas paixões. Já aconteceu com todos: escrever uma publicação que adorámos e que, no entanto, teve poucas visualizações. Em contrapartida, aquele texto que nos custou pouco mais do que cinco minutos a escrever, teve mais atenção e aplausos e, automaticamente, amantes da atenção, repetimos aquela fórmula de maneira infinita, na esperança de que resulte sempre. Bom, ao fim de um tempo, até nos pode trazer mais visualizações, seguidores, comentários… mas valeu mesmo a pena deixar de falar de assunto x, que adoramos, só porque não clama pelo público?
#4 – Esquecer o feedback por uns momentos e considerar se precisamos mesmo dele É óbvio que precisamos de um norte para nos guiarmos, para sabermos se tal tema é, também, do interesse dos nossos leitores, mas e quando não temos esse feedback, será que o melhor é desistir? Vou-vos falar da minha situação: muito raramente, tenho comentários para publicar. Acredito que tal se deva ao facto de eu ter mudado de plataforma e, ainda assim, haver gente que não se deu conta disso, porém, já no outro blogue era assim. Sou capaz de ficar dias sem entrar na minha conta e, ainda assim, não ter nada. Se isso me incomoda? Já me perturbou mais, contudo, o que me motiva a continuar a escrever é a minha inclinação para tal. Posso não ter muito feedback escrito, mas eu sei que as pessoas lêem o que eu publico e, se formos a ver, se calhar até o partilham sem eu me dar conta.
O problema dos comentários é que muitos deles não apresentam fundamento algum. Que piada tem escrevermos seis parágrafos de algo extremamente interessante, publicarmos e recebermos vinte comentários que dizem basicamente o mesmo – leia-se “Concordo muito, beijinhos” , ou então “Gosto muito, tens toda a razão!”, ou mesmo “Segui o teu blogue hoje e gosto do que escreves. Segues o meu? *link do blogue*” -, sendo que o nosso objetivo principal é o de puxar pelo lado inquisidor dos leitores, estimulando-os a apresentarem o seu ponto de vista, mesmo que discordem do nosso? Pessoalmente falando, prefiro não ter comentários e receber, somente, opiniões que valham mesmo a pena. Entre não dizer nada e nada dizer, mais vale ficarmos no nosso cantinho, a ler as coisas numa boa e opinar quando sentimos que tal situação merece a nossa opinião.
#5 Não termos medo de sermos sinceros, mas ainda assim, ter cuidado com as palavras que empregamos Muitas vezes, deixei textos e opiniões por escrever, com receio de que as pessoas me caíssem em cima. Não devendo nada a ninguém, aprendi que existem mil e uma maneiras de abordarmos qualquer tipo de assunto, desde que respeitemos as condições dos outros. Escrever parece fácil, mas a verdade é que necessitamos de estar em cima dos factos, ler, ver e ouvir acerca dos assuntos que queremos conversar, na possibilidade de nos defendermos, caso alguém dê para esperto e nos comece a ofender. Seja pela internet ou no meio pessoal, detesto pessoas que se acham donas da verdade e que começam por proferir um discurso nada a ver, ostentando uma individualidade deveras nojenta. Respeito quem demonstre perceber daquilo que fala, argumentado com base nas suas experiências pessoais e não somente naquilo que os outros dizem, pois, a maneira como construirmos uma opinião afeta todos em nosso redor, logo, fundamentar um ponto de vista com base numa única observação nunca dará em nada. Sejam inteligentes, humanos e respeitosos. Não custa nada!

Sofia, muito obrigada pelo desafio! Sei que levei o meu tempo, mas valeu mesmo a pena assentar as ideias e fazer este post-resposta! Aos restantes leitores, fiquem à vontade para aderirem, de igual modo, a este desafio!
Quais as vossas regras de ouro para se ter um blogue?

7 thoughts on “AS MINHAS REGRAS DE OURO PARA QUEM TEM UM BLOGUE”

  1. Okay, estou a brincar. Não é só isso que tenho a dizer! Primeiro: obrigada por teres aceite o desafio! Segundo: já sabes, pelas nossas conversas, que concordo com todas as tuas regras de ouro e bem sabemos que há casos em que a tentativa de publicar todos os dias leva a que o conteúdo fique esquecido e perca relevância e qualidade. Falo por mim, mas não tenho interesse algum em ler posts que parecem press releases, que não mostram nada de novo, que dão a entender que quem os escreve não se entusiasma realmente com o que escreve por manter sempre a mesma forma de escrita, distanciada e aborrecida. O resto… bem, tu sabes! (É tão bom ver-te de volta ao blog!)

  2. "prefiro não ter comentários e receber, somente, opiniões que valham mesmo a pena. Entre não dizer nada e nada dizer, mais vale ficarmos no nosso cantinho, a ler as coisas numa boa e opinar quando sentimos que tal situação merece a nossa opinião" – preach!!!!! Ando pela blogosfera há seis anos e esta é uma prática que existe desde essa altura e que tento evitar por concordar contigo. Penso que acontece exatamente pela preocupação com as estatísticas, como referiste, pois são comentários que não exigem uma leitura atenta (ou nenhuma leitura até) e que poder ser convertidos em comentários de volta.

  3. (não sabia que o enter significava que o comentário era submetido xD). Concluindo, como blogger se há coisa que adoro receber são comentários que vejo que foram pensados e que resultaram de uma leitura atenta do que eu gastei do meu tempo a escrever. Portanto, é algo que tento sempre fazer cada vez que comento um blog.

  4. Lyne, estás mesmo de parabéns pela sinceridade deste post. A verdade é essa mesmo: há pessoas que se habituam a certos padrões nos seus blogues e deixam que a criatividade fique fechada numa caixinha, esquecendo que elas podem dar muito mais e explorar a sua imaginação.

  5. *Mandei o comentário por acabar ? Não sou a blogger que se pode orgulhar mais da sua pontualidade no blogue, mas, tu acompanhas o meu processo criativo e sabes que eu tento, mesmo wue a vida se ponha sempre no meu caminho, eu tento e volto e gosto. Acho que esta é a dica mais importante: gostar do que fazemos e entregarmo-nos de corpo e alma aos projectos que iniciamos. Também já me preocupei mais com o feedback, se bem que nunca me preocupei muito. O que eu quero é documentar as minhas coisas e opiniões, se isto chega aos putros e os pode ajudat, yaaay fico feliz, claro!

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥

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