Não sou muito de estar atenta às atualizações do mundo musical, pese embora o meu apreço por esta arte tão aconchegante. Sempre que descubro novos lançamentos, seja de artistas únicos ou de bandas, as circunstâncias nunca diferem: ou estou num modo trabalho intenso e procuro refugiar-me no Spotify, pesquisando algum favorito, descobrindo-lhe atualizado, ou então recorro às playlists feitas especialmente para mim, dando-me conta de imensos trabalhos fantásticos e que, imediatamente, são guardados nas minhas listas.
Há pouco mais de um mês, descobri que os Orelha Negra lançaram um novo álbum que me tem feito as delícias, ultimamente. Peco por nunca ter falado deles aqui no blogue, principalmente pelo facto de já os ter visto ao vivo no Super Bock de 2016, e ter obviamente delirado com a sua performance. Desde então, tive o cuidado de escutar toda a sua discografia, deixando-me enamorar pela sumptuosidade de cada faixa, cuidadosamente trabalhada.
Agora, em 2017, eles lançaram o seu terceiro álbum, “Orelha Negra III” , e que conta com dois singles há muito conhecidos,“A Sombra” e “Parte de Mim” . Não perdendo a identidade já imposta desde 2010, o grupo continua a presentear-nos com faixas nomeadamente ditadas por instrumentais com raízes no hip hop/funk, mesclando-os com vozes de diversos tipos, tendo em conta que a banda não tem vocalista e se baseia numa “simples” técnica de casar samples até dizer chega, com o intuito de fazer nascer músicas de outro mundo.
O objetivo deles é muito simples: obrigar-nos a escutar cada faixa, vezes sem conta, até a compreendermos na perfeição, descortinando as suas origens, os seus objetivos e a maneira como nos impacta. Já ouvi tantas vezes os mesmos álbuns, que se torna impressionante o facto de ainda sentir os olhos a brilharem com as novas descobertas, com os acordes, com as transições… Quando quero descontrair, ou mesmo viajar dentro de mim, é aos Orelha Negra que eu recorro e eles nunca me desiludem.
Porque a música é exatamente isto: um momento que dedicamos a nós mesmos, aos nossos pensamentos e ambições, uma energia que se reflete nas coisas que fazemos, no sucesso que alcançamos e nos prazeres que partilhamos com as pessoas que amamos. É uma ponte que molda pessoas, que nos faz baloiçar de um lado para o outro e que nos faz aperceber que somos todos humanos! Se, tal como eu, têm esta curiosidade, desafio-vos a explorarem os três álbuns disponíveis no Spotify! Não se desiludirão, prometo!
Já conheciam esta banda portuguesa? E que tal?
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