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Isto não é um texto de auto-ajuda, apenas um desabafo real

4 de Abril, 2017
O que vos vou dizer não implica estar sob o efeito de estupefacientes, apenas de uma bela dose de vivências que me ajudaram a encarar tal facto: não sei se esta é uma das consequências de se crescer num ambiente dito propício, ou se as recentes decisões que tenho vindo a tomar me têm aberto os olhos, mas a verdade é que nunca antes me senti tão feliz e bem comigo mesma, com o percurso que estou a tomar, com tudo. Já expus esta minha ideia pelo Twitter, mas o facto de nos reduzirem a capacidade de alongar os argumentos por vezes deixa-me possessa. E quem leu o que escrevi por lá, provavelmente reconhecerá parte deste discurso, mas aqui vai: se em algum momento se sentiram, e se se sentem vítimas da vida, ansiosos, incapazes de merecerem qualquer tipo de afeto e amor saudável por parte de outrem, fiquem sabendo de que isso terminará, não porque acredito num mundo utópico e estou a falar do que não sei, mas sim porque eu mesma já provei de um dos lados mais chatos desta vida e, aos poucos, estou a superar essa escuridão. Há qualquer coisa de fascinante nesta coisa de batalharmos por nós mesmos, que me chamou a particular atenção, no momento em que menos esperei que isso fosse acontecer. Se durante anos eu planifiquei qual a melhor maneira de chegar a um certo lugar, no dia em que eu simplesmente comecei a caminhar, tudo mudou… E para melhor!

Eu acreditei que conseguia, e aqui estou, a cada dia a conquistar aquilo que me pertence, o meu espírito por completo, a minha felicidade, a minha vontade de viver sem ter medo do futuro. Hoje permito-me a sentir coisas que me amedrontavam, e isso tem-me vindo a ajudar a ultrapassar os obstáculos de maneira mais rápida e objetiva. Se não fosse por eu ter ao meu lado as pessoas certas, muito provavelmente eu teria de me guiar por um outro tipo de ajuda, e fiquem sabendo de que não há mal nenhum nisso: antes admitirmos que temos um problema e tentar resolvê-lo, do que o ignorarmos, descontarmos nos outros e nos tornarmos infelizes. Tenho vindo a descobrir que os verdadeiros versos de uma auto-rejeição advêm de um poema rasurado à base do receio da auto-descoberta, o receio de se desvendar o que é que afinal está dentro da nossa cabeça, do receio de julgarmos o nosso amor-próprio algo de muito egoísta… Descobri, enquanto me encarava no espelho da minha mente, que não existe defeito capaz de me desclassificar daquilo que sou, muito pelo contrário, que a função de nos auto-desmotivarmos nasce dos pequenos ultrajes que sussurramos para nós mesmos, como se isso nos fosse ajudar em algo.

O meu reflexo falou-me de forma muito serena que as mudanças acontecem de dentro para fora, que para isso acontecer, eu tenho de me auto-curar, e que essa cura sou eu mesma que vou descobrindo os seus ingredientes e aplicá-los por todo o meu ser. Que por muito impossível que algo se parece, ele só o é até tentarmos. Falhar é natural, mas assumirmos essa falha como parte integrante dum fracasso permanente já não é saudável. O verdadeiro significado de persistência é sabermos errar, erguermos a cabeça e seguirmos em frente de consciência limpa. Tenho feito isso ultimamente, e meu, nunca me soube tão bem receber um abraço de mim mesma. É o conforto a conversar comigo, é a aceitação a sorrir-me de perto, são os aplausos que eu cedo a mim mesma. Juro-vos por tudo o que há de mais sagrado neste universo que eu me sinto a pessoa mais feliz, e que nunca antes me tinha sentido assim. Não sei quando foi, nem como, apenas tenho à minha frente a prova de que tudo aquilo que pedi para mim está a acontecer porque EU estou a fazer com que isso aconteça. E talvez esse seja o segredo que a muitos falta descortinar.

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    Joana
    5 de Abril, 2017 at 20:24

    Que maravilha ler-te. Digo-to de todas as vezes. Mas é mesmo. Fico tão feliz por estar a acompanhar de perto estas mudanças e crescimentos. Sei que vais cada vez mais de encontro contigo mesma. Porém, nunca desconfiei que o fosses fazer. És determinada e organizada e nota-se só pela forma como escreves. És incrível Lyne. Verdadeiramente incrível.

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      Carolayne R.
      9 de Abril, 2017 at 11:27

      Aw, muito obrigada, Ju! Nem sabes o bem que me faz ler estas coisas! :') Ter-te ao lado tem sido uma das melhores experiências! :')

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    Ricardo Francisco
    6 de Abril, 2017 at 23:28

    Ainda não consegui chegar a esse patamar de "auto-aceitação" mas espero que um dia seja capaz de o fazer! Fico feliz que te sintas bem contigo mesmo, de facto, é das melhores coisas que podemos experienciar na vida. Desejo-te as maiores felicidades e uma continuação de bons pensamentos 🙂

    Ricardo, The Ghostly Walker.

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      Carolayne R.
      9 de Abril, 2017 at 11:29

      Também eu julguei que nunca chegaria a tal patamar, mas está a acontecer, e cada vez mais acredito que qualquer um de nós tem a capacidade de alcançar esse nível!
      Muito obrigada, Ricardo! Sei que, mais cedo ou mais tarde, tu também estarás por lá! 😛

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