Eu costumava ter uma página aqui no blogue, com informações que na altura achei pertinente partilhar, mas ontem algo aconteceu – não sei bem o quê – e tomei a decisão de eliminá-la dos olhos do público. Não porque tenha partilhado informações que não deveria, mas sim porque já não me identificava com aquilo que escrevi. Talvez esse seja um dos grandes infortúnios de manter uma página “sobre”, tendo em conta que somos seres mutáveis e em constante mudança, e cujas palavras gravadas do passado requerem, também, uma permuta que nos possa acompanhar. Porventura, muitas das minha palavras se mantêm: continuo a gostar de ler; a escrita é algo que me faz feliz; observar o meio que me rodeia é algo intrínseco; este blogue seguiu-se após a criação do meu primeiro, cujo núcleo nada mais era do que os livros; etc., etc..
Parece que aqui estou eu a criar uma outra publicação do mesmo tema, talvez sim, talvez não, mas um dos meus grandes objetivos com isto é fazer-me ver de que não existe uma página só que me conseguirá definir. No meu caso, isso não resultará tão bem como eu julgava resultar e a conclusão a que chego é de que eu não preciso de uma página com informações minhas, pois o blogue fala melhor por mim. Algo bastante óbvio e que possivelmente é defendido por muitos, mas eu levei o meu tempo para me aperceber disso. Jamais existirão palavras para me definir, quando na verdade um pedaço de mim é já depositado em cada publicação. Eu não preciso de expor quais os meus gostos, quem eu sou, pois através daquilo que partilho convosco, penso estar incrustado em cada linha um reflexo da minha pessoa, embora disfarçado. Não sei, talvez esteja a ser confusa, mas a verdade é que todo este blogue é algo sobre mim. Quiçá, um dia, me sinta mais confortável para me sentar e produzir um longo texto a falar com mais detalhes acerca da minha pessoa, conquanto, deixarei que a cada mês o meu carácter seja moldado à minha altura, pelos vossos olhos, através da Lyne.
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