Eram sete da manhã quando o despertador tocou. A noite anterior ficou-me marcada pela dúvida entre colocar o mesmo para aquela hora ou uma mais tarde, mas por via das dúvidas, decidi-me por acordar cedo e despachar-me sem stress. Se fosse num dia de aulas, a probabilidade de ficar carrancuda àquela hora era certa, mas para uma viagem daquelas até poderia abraçar a madrugada e fazer direta. Preparei-me, verifiquei se estava tudo nas malas, tomei o pequeno almoço na companhia da minha mãe. Aguardei pela boleia e lá fomos nós com o coração aos saltos em direção à estação de comboios, em Lisboa. Enquanto três de nós aguardávamos, deixei-me conduzir pela câmara fotográfica, capturando detalhes lisboetas que nunca antes tivera a oportunidade de observar com o devido cuidado. Linhas para aqui, esculturas para ali, uma fatia de bolo de cenoura com chocolate e mais uns quantos clicks!…
O resto do grupo apareceu à hora combinada, colocámos a conversa em dia e adentrámos na estação movimentada, testemunha da nossa excitação para chegarmos ao Porto. Dali saíram mais umas quantas fotografias, enquanto o bicho da ansiedade se remexia dentro de mim. Foi a minha primeira ida ao Porto e eu estava mais do que curiosa para colocar à prova as imagens magníficas que se me apresentavam de cada vez que pesquisava ou lia acerca da cidade… E mal sabia eu que passaria a ser uma das pessoas a ter guardadas capturas de fazer chorar a saudade e sorrir a nostalgia.
A movimentação passou a ser outra. Os passageiros foram-se acomodando nos seus lugares e cada um de nós enquanto grupo fizemos o mesmo. Aconchegámo-nos, esperámos pelo aviso da estação e, minutos mais tarde, os nossos corpos correspondiam com o movimento do transporte de nos conduzia pelos seus caminhos de ferro. Foram três horas sentada, enquanto observava as coisas que ficavam para trás, num movimento tão ou mais depressa do que o ato de adormecer…
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