OS DESAFIOS DE TER UM HOBBY NA INTERNET

No dia em que me propus a desenvolver este tema, era minha intenção desafiar todas as dificuldades da altura em encontrar um tempo para escrever e publicar, de certa maneira correspondendo com as palavras que escrevi no meu bloco de notas. Passados dias que já não sei enumerar, permiti-me a reler tudo e a dar continuidade às minhas reflexões, pois, elas nunca deixaram de ser minhas, não é verdade? É engraçado ter de pensar neste assunto, afinal, quem é que nos tempos correntes não tem uma única rede social aberta, de certa maneira criando um compromisso para com ela? Seja porque é ali que os seus amigos e familiares sabem do seu bem-estar, ou porque o próprio indivíduo acabou por criar uma família por partilhar aquilo que pensa, nomeadamente através de blogues escritos, fotografias ou vídeos… 

Ter um hobby na internet é um compromisso connosco mesmos, acima de tudo, e isso é desafiante por detalhes como os que me são tão palpáveis agora: não obstante as dificuldades, saber encontrar um furo para nos dedicarmos é um trabalho mental sobre o qual não nos devemos descurar. Há sim dias em que não dá mesmo para nos desdobrarmos – embora muitos digam que seja é possível! -, porém, não tem de ser uma regra a seguir. Um outro desafio é estar sujeito a críticas, principalmente num meio como o deste. Há pessoas que sabem o que dizem, mas outros abusam da sua liberdade de expressão. E isso vai para os dois lados: daqueles que produzem e daqueles que recebem essa informação. Há que se ser seletivo, consciente e agir, na maior parte das vezes, de cabeça fria, pois, a probabilidade de nos arrependermos é superior à que julgamos. E ninguém quer isso! 

Tão cedo não me esquecerei de algo que um professor nos disse em plena aula, ao explicar que postura deveríamos adotar perante o desenvolvimento de um nosso trabalho escrito: nós julgamos que conhecemos os nossos leitores e que eles serão compreensivos e condescendentes, ignorando erros, ofensas, aplaudindo tudo aquilo que dissermos, contudo, a realidade abarca o oposto e, na maior parte das vezes, deparamo-nos com pessoas que abusam da sua liberdade de expressão para nos tecerem críticas conforme as suas próprias inseguranças e que elas tomam por verdades absolutas e sobre as quais poderão agir, criar e ofender. Bom, embora nunca tenha passado por algo semelhante, não pude deixar de acenar do outro lado da sala e me recordar das caixas de comentários de blogues que sigo e que guardam ali palavras que ninguém merece ouvir. Apesar das inúmeras tentativas em tentar erradicar toda esta maldade, isso é um detalhe que, tão cedo, não nos poderemos ver livre de. 

Não ter medo do nosso processo criativo – e sobre o qual falarei daqui a uns dias! – é também conflituoso quando pretendemos dar a conhecer os nossos pensamentos. Não é segredo de que nada é, de facto, novidade. Tudo aquilo que criamos tem como base uma inspiração e essa inspiração de uma outra, o que origina um ciclo e sobre o qual muitas das vezes não nos apercebemos. É com base no mesmo conceito que muitas das vezes caminhamos e é impressionante os caminhos que adotamos, obtendo resultados distintos, válidos e com os quais aprendemos, sem sombra de dúvidas. A originalidade não está nos conceitos que criamos, mas sim na nossa interpretação e forma de darmos vida aos nossos projetos.  Isto é válido para qualquer área, seja ela científica, artística ou humanitária: o que nos distingue são os nossos traços, as nossas palavras, a nossa luz, por assim dizer. Não há mal algum em apostar num mesmo tema e trazê-lo ao mundo segundo o nosso olhar! O errado é fazer tudo do mesmo, com a mesma fórmula, só porque é assim que resulta!… Se se trata de algo que nos desafia, então só nos resta aceitar a proposta e nos desenvolvermos sem medos!