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Na quinta-feira (24/03/16) boa parte do nosso grupo comprometeu-se em acordar cedo, para que pudéssemos aproveitar bem o dia no nosso destino: Matosinhos. Assim que nos preparámos, descemos para o pequeno-almoço e seguimos para a linha do elétrico. Deambulando pelas ruas que já nos eram conhecidas, decidimos entrar num museu do qual já não me recordo do nome, mas onde tivemos a oportunidade de apreciar alguns dos trabalhos que lá estavam expostos.
Cruzámos o Mercado Ferreira Borges e se não me engano, apanhámos o elétrico na Rua do Infante. O bilhete custou-nos 2,50€ a cada e a viagem durou cerca de vinte a trinta minutos, se não me engano. Como o transporte não andou a uma velocidade de outro mundo, consegui capturar algumas paisagens que me chamaram a atenção (tudo no Porto é encantador, até uma simples árvore!).
Após a viagem de elétrico, descemos na última paragem do mesmo, na Foz do Douro. A partir daqui, fizemos o resto da viagem a pé, pelas avenidas. Dedicámos uns bons minutos a contemplar o final do rio e o início do oceano, enquanto fazíamos sessões de fotografia com aquele magnífico cenário azulado e esverdeado. Caminhámos até a um dos faróis, observámos as ondas a fazerem das suas e seguimos com a nossa vidinha. A meio do caminho, encontrámos um alien de corpo amarelo e cabeça redonda, a divar pela avenida, cujo não poderia deixar de registar; aproveitámos o facto de estarmos de pé há algum tempo para irmos à casa de banho e, felizmente, na Pastelaria Doce Mar, batemos de frente com um dos melhores brownies de sempre (embora se parecesse com um bolo, mas pronto). Toda aquela atmosfera calma e pacífica foi a nossa companhia perfeita para aquele dia. Para além do tempo que estava cinco estrelas, ter conhecido de passagem tanto a Foz do Douro como Nevogilde, acrescentou à viagem momentos com os quais quero conviver até ao final dos meus dias.
Já em Matosinhos, demo-nos com a famosa escultura americana e que divide a cidade do Porto da de Matosinhos, a “She Changes”, ou em português, “A Anémona”. Em momento algum prescindimos do uso dos pés, tendo em conta que nenhum dos meus colegas se mostrou exausto, mesmo depois de termos caminhado cerca de uma hora, ou mais. A meio do caminho, três pessoas do grupo foram ao Pavilhão da Água no Parque da Cidade, enquanto que o meu grupo continuou em frente, cruzando com o Terminal de Cruzeiros. Foi exatamente aqui que todos nós começámos a manifestação da fome, na esperança de encontrar algo barato por aquela zona. Qual desilusão ao apercebemo-nos de que, sendo uma zona turística, era tudo um pouco caro. Sendo assim, a nossa missão passou a ser avistar um McDonald’s. Quando menos esperávamos, o grande logótipo apresentou-se-nos como uma barra de ouro cintilante, plantando nos nossos rostos o alívio de uma fome que ia ser, ali, saciada. Almoçámos, descansámos os pés e seguimos para o Parque da Cidade, onde ainda se encontravam os nossos colegas. Se eu vos dissesse que nunca na vida tinha andado tanto a pé, ficariam chocados. Chegámos ao nosso destino sem qualquer problema, alguns sentaram-se, enquanto que eu e mais uns quantos dançámos em pleno parque ao som de James Brown, Michael Jackson, entre outros.
Já cansados, concordámos de que estava na hora de regressarmos, não fossem as quase oito horas fora do Hostel. Percorremos o outro lado do parque e apanhámos o autocarro de regresso, enquanto o sol se deitava no horizonte, despedindo-se de nós. Se não fosse a hora de ponta, teríamos chegado um pouco mais cedo a casa, mas visto que não tínhamos nada programado, não nos chateámos tanto.
Como era o nosso último dia no Porto, cruzámos as ruas da noite uma última vez, bebendo do seu encanto e da sua movimentação proveniente do povo mais jovem. A uma certa hora, uns regressaram para o Hostel, enquanto que eu e mais uns cinco ou seis ficámos pela rua para assistirmos ao nascer do dia. Esperámos umas seis horas pelo acontecimento, mas isso não foi desculpa para desistirmos. Arranjámos do que conversar, enquanto o tempo passava e, perto da hora, fomo-nos sentar no miradouro. Tirando uma vez na minha vida, eu nunca tinha visto o dia a nascer (o amor ao sono fala mais alto) e, embora não tivesse feito sol no dia 25, não deixou de ser encantador ver a mudança concebida e sofrida pela natureza. Ao lado das melhores pessoas, esta foi a primeira melhor viagem eu alguma vez poderia ter feito sozinha…
Como ainda tínhamos tempo, regressámos ao Hostel para dormirmos um pouco. Três horas depois, estávamos quase todos prontos para a viagem de regresso a Lisboa. Houve alguns percalços, mas nada que nos atrasasse. Quando demos por nós, já estávamos confortáveis nos nossos lugares do comboio e, visto que nessa noite não tinha dormido nada, fui-me deixando balançar até adormecer. Por muito que eu tenha gostado daqueles cinco dias fora de casa e numa cidade tão encantadora como o Porto, regressar ao nosso lar tem sempre um outro gosto e é sempre bastante entusiasmante. Apercebi-me disso, principalmente, quando já estava no barco e via a cidade de Lisboa a afastar-se, enquanto a minha cidade me saudava de longe. Tanto o cheiro da minha casa como o facto de saber que já estava perto dos meus pais depois de tanto tempo, foi o suficiente para me convencer de que viajar pode ser uma das melhores coisas que nos podemos atrever a fazer!… E, no que depender de mim, tentarei dedicar mais tempo da minha vida a fazê-lo!
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