Hoje, o dia foi ainda mais ativo do que o de ontem. Acordei ligeiramente mais cedo e encaminhei-me para a faculdade por volta das sete. Cheguei às nove no portão e passados uns minutos, já lá estávamos nós caloiros e os Ex.mos Senhores/as na nave, a praticar as granadas, as tartarugas aflitas e os ratos; assim como outras atividades interativas, das quais algumas não contaram com a minha participação devido à lombar. Mesmo assim, não deixou de ser divertido observar a alegria no rosto dos meus colegas e a satisfação no olhar dos Ex.mos por estarem a realizar um bom trabalho. Posto isto, grupos começaram a ser formados, para que entre nós, entrássemos num processo criativo de elementos dos quais nos poderíamos vir a servir mais tarde, e um nome do qual nos pudéssemos apelidar (AnaLímpicus, já agora!).
De início, e mesmo depois da hora de almoço onde continuámos a ser alvos de brincadeiras, a organização por parte do meu grupo indicava que tudo poderia correr mal na hora das competições, porém, mostrámo-nos resistentes, confiantes, capazes de fazer jus aos velhos ditados poucos e bons, assim como menos é mais! Concentrando-me agora na hora de almoço, cada grupo ficou na sua mesa e os caloiros dos mesmos só poderiam começar a comer quando todos estivessem presentes. E porquê? Não propriamente pela etiqueta, mas sim porque os Ex.mos Senhores decidiram organizar-nos de uma maneira bastante peculiar, tudo dependendo da criatividade. Foi muito divertido observar o desenrasque por parte de cada um de nós e da inter-ajuda que acabou por se gerar ali. Voltando à nave, continuámos com os nossos projetos, seguindo para o jardim do Palácio da Ajuda, onde cumpriríamos com os nossos deveres enquanto caloiros, cumprimentando e seguindo as regras dos Ex.mos Senhores, representantes de cada curso da Faculdade.
A partir daqui, as pessoas poderiam jurar que talvez tivéssemos sido vítimas de um assédio abismal, mas enganam-se. Apesar dos cumprimentos, fomos bem tratados (embora este tipo de situação seja retratado como um abuso do poder), se nos insultaram, foi com o maior dos apreços; eu que não poderia estar de gatas, não fui posta de lado nem rejeitada, cumprindo apenas com aquilo que todos os meus colegas teriam de cumprir; realizámos atividades; fomos acumulando pontos à medida que éramos avaliados em cada setor; sujámo-nos com muita cerveja e mostarda; celebrávamos à grande, mas acima de tudo, via-se a léguas que cada um dos grupos estava unido, bem guiado e feliz. A meio das últimas atividades, dirigi-me a uma das veteranas que mais me tem ajudado, aproveitando a ocasião para lhe pedir que se tornasse a minha Madrinha. O momento foi surreal; a sua reação não me poderia ter feito mais feliz, no meio de abraços e sorrisos, e um pedido inesperado para que eu elaborasse uma coreografia, como uma “oferenda” deste nosso vínculo.
Sei bem que poderia ter esperado até segunda ou terça para começar a escolher os Padrinhos e Madrinhas, mas acontece que quando somos colocados sob uma “pressão” para que nos conheçamos em pé de igualdade, torna-se bastante fácil de detetarmos quais as pessoas que permanecerão, ou não, nas nossas vidas. E visto que a Comissão de Praxe está a degraus acima de nós, a tarefa de escolhermos Padrinhos ou Madrinhas com base na maneira como nos tratam em campo, é mais do que suficiente para acreditarmos nos nossos instintos. Quanto aos outros Padrinhos e Madrinhas, graças à Inês (obrigada mais uma vez!! ♥), colocarei em prática um projeto que, se o tempo permitir, ficará pronto até domingo! Espero mesmo que gostem daquilo que terei para eles!
Juntando ao dia de ontem as palavras que me faltam para completar tudo o que tenho vindo a sentir quanto às Praxes, já sei que terei saudades destes dias, desta dinâmica, deste destaque em relação às outras praxes. Sem querer deferir aquelas que funcionam de maneira semelhante às da minha faculdade, mas acredito que sejam capazes de compreender aquilo que vos quero transmitir. Cada experiência é uma experiência, e aquilo que as distingue é extamente o facto de nos fazer sentir de formas diferentes. E novamente repito aquilo que nos repetiram a nós: tudo aquilo a que chamam de Praxe, naquela Faculdade, é puro convívio, diversão e harmonia! Poderia eu ter escolhido melhor família?
4 Comments
Ju
17 de Setembro, 2016 at 8:08fico tão feliz por ti! 🙂 é bom saber que estás a gostar :b
Ju.
17 de Setembro, 2016 at 10:18Estou a adorar acompanhar a tua experiência, a sério! Que saudades de ser caloira! Aproveita bem, miúda!
Beijinho*
Rita R.
17 de Setembro, 2016 at 12:33Olá Carolayne!! Tenho gostado muito das tuas publicações sobre a praxe e sobre as atividades que realizas, é mesmo um período feliz das nossas vidas! Como aluna de 2º ano e por isso ex-caloira e atual praxante quero aconselhar-te em relação a uma coisa (não leves a mal). Sei que no blog devemos falar de tudo, partilhar as nossas experiências, etc., mas daqui a um ano és tu que vais praxar (acho eu, sei que há faculdades onde ainda não se praxa no 2º ano mas wtv) e pensa que deste lado do computador pode estar um futuro caloiro de arquitetura que já sabe tudo para o que vai, ou seja, o efeito surpresa da praxe desaparece.
De resto, espero que continues a adorar esta experiência maravilhosa!!
(se não quiseres publicar o comentário eu entendo perfeitamente, só quis mesmo fazer ver este lado, pois eu há um ano também não pensava bem nisto e acabei por apagar algumas publicações)
м♥
20 de Setembro, 2016 at 10:19Fui praxista (e ainda sou, acho que nunca se perde) nos 5 anos que frequentei a faculdade. Não poderia ter pedido melhor experiência! Claro que em todo o lado vai haver gente má, gente mesquinha, gente que se aproveita dos outros. Mas quando os praxistas sabem o que estão a fazer e o fazem para passar a tradição, para ajudar os novos alunos na integração e para incutir uma série de valores importantes, as coisas só podem correr bem. Não me posso queixar de quem me praxou e penso que ninguém que foi praxado por mim também tem queixa. Há que ter bom-senso, acima de tudo, e saber os nossos próprios limites (e saber fazer valê-los!). Espero que aproveites estes anos com tudo o que tens, não voltam atrás e deixam muitas saudades! 🙂