“Enquanto houver vida, há esperança!”
Sempre que me recordar deste filme, esta será, certamente, a frase que piscará no meu mar de memórias acarinhadas. Não sei bem como começar a falar deste filme, ou como desenvolver uma introdução, visto que esta produção foi capaz de me arrancar um bocado do coração e ensinar-me de que nada é impossível. Inspirado na vida de Stephen Hawking, The Theory of Everything retrata a vida deste físico e o seu decorrer, quando descobre que tem esclerose lateral amiotrófica, uma doença rara que paralisa todos os músculos do corpo, sem que atinja as funções cerebrais, apenas com 21 anos; em conjunto com as suas descobertas científicas e que revolucionaram os tempos correntes. É um filme que retrata, de igual forma, o amor que o uniu à sua primeira esposa Jane Wilde, e o poder que esse sentimento pode exercer em duas pessoas que num dia vivem uma vida normal, e no outro, as coisas já não são bem assim.
Não posso dizer que desconhecia da existência de Hawking, afinal, ele é um dos maiores cientistas existentes no planeta terra, no entanto, confesso que a minha ignorância apenas existia no facto de não saber porque é que ele é como é, portador de uma doença que ainda não tem cura, e mesmo assim, ter contribuído tanto para esta raça humana que, com toda a certeza, deve ter zombado das suas intenções. Stephen Hawking é um indivíduo capaz de nos presentear com a certeza de que tudo é possível, mesmo quando as circunstâncias apontam que não. E tudo se torna mais fácil e suportável quando temos ao lado pessoas que nos amam incondicionalmente, e que nos apoiam em tudo, mesmo quando aquilo que defendemos se assemelhe a um absurdo.
E esta é a hora em que nos levantamos e aplaudimos o trabalho desenvolvido por Eddie Redmayne, que está brilhante no papel de Stephen Hawking, não só pela interpretação, mas principalmente pelas suas expressões físicas que, enquanto espectadora, acredito que tenham levado o seu tempo a ser conseguido. Este não foi o primeiro trabalho de Redmayne que aprecio, mas consegue ser dos poucos de muitos que existem que talvez lhe tenham valido muitas nomeações e alguns prémios merecidos. Não podemos desvalorizar o trabalho de Felicity Jones, que interpretou uma mulher de um carácter forte, um coração do tamanho do mundo, e uma coragem invejável de enfrentar o mundo ao lado da pessoa que ela amava, a esposa de Hawking, Jane Wilde. Tanto um como o outro sofreram uma evolução que se acompanha de forma gradual e impactante, capaz de que nos fazer verter todas as lágrimas disponíveis no nosso corpo, e ainda desencantar umas quantas.
Eu não gostei deste filme, eu adorei e tenciono revê-lo para conseguir captar mais umas quantas essências que talvez tenha perdido quando o vi pela primeira vez. E aconselho-o até para aqueles que já o viram. Não posso confirmar se está fiel à vida de Hawking, ou mesmo se esta produção não tenha sido exageradamente romantizada, porém, deixo aqui registado que valeu a pena ter dedicado parte do meu sábado a vê-lo, enquanto reaprendia alguns dos valores que há muito carrego comigo.
4 Comments
Ju
14 de Novembro, 2016 at 9:51eu adorei este filme! acho incrível mesmo! e achei que o Eddie Redmayne está super!
Ricardo Francisco
14 de Novembro, 2016 at 14:47Sem dúvida uma obra fantástica! Lembro-me que chorei baba e ranho na recta final do filme. Pouco ou nada sabia a cerca da vida pessoal do Stephen e por isso aquele desfecho partiu-me o coração. A interpretação do Eddie foi brilhante e mereceu o Óscar 🙂
Ricardo, The Ghostly Walker.
Cherry
14 de Novembro, 2016 at 15:48Já vi esse filme e adorei :).
Um filme tão triste mas ao mesmo tempo tão poderoso!
O Eddie teve uma interpretação brilhante, ele é um excelente ator, também fez um papelão no filme " A Rapariga Dinamarquesa".
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry
Nádia
17 de Novembro, 2016 at 22:01Acho que o problema deste filme, para mim, foi ter saído quase ao mesmo tempo que um que adorei realmente, The Imitation Game (sobre o matemático Alan Turing). Ambos os filmes têm bastante em comum, começando pelo principal – um cientista com problemas a nível pessoal. No caso do Hawking a deficiência, no caso do Turing a homossexualidade numa época em que tal era considerado doença. Como consegui sentir mais empatia pelo Alan Turing, The Theory of Everything acabou por parecer quase a mesma coisa, mas não tão bom. Não sei explicar melhor, só sei que não consegui sentir qualquer ligação emocional com o filme ou o protagonista.