A cada temporada, esta série vai adquirindo um carácter mais intimista, perigoso e viciante. Se achávamos que nos iríamos aborrecer com a passagem de cada episódio, ficamos surpreendidos por HTGWWM progredir na ação de nos manter de olhos fixos a cada cena. Esta terceira temporada está para lá de fantástica; os detalhes que nos conquistaram nas primeiras duas temporadas continuam presentes, e mais importante ainda, as elipses espaço-tempo não deixam para trás o que melhor fazem: enrolar-nos numa manta de puro suspense, nervosismo e curiosidade. Cada vez mais, as personagens tornam-se mórbidas, o seu passado é o que mais invade o palco em que representam e a nossa querida advogada mãe jamais abandona o seu pódio. Muitos comportamentos se vão desenrolando, na medida em que vamos descortinando as motivações das personagens, os motivos de elas serem como são, assim como desfechos que, para muitos, serão de carácter trágico. Annalise Keating, como não poderia de ser, é a entidade que melhor vamos conhecendo, tendo direito a viajarmos para o seu passado, compreendendo de maneira exímia as suas ações no presente. Embora estas três temporadas não sejam o suficiente para a conhecermos na perfeição, a verdade é que chegamos mesmo a comovermo-nos com as consequências dos seus atos.
A terceira temporada de HTGWWM iguala-se às outras antecedentes por continuar a ser muito boa, funcionando como um alimento crocante: quanto mais ingerimos, mais queremos. É impossível não referir as transições dentro dos relacionamentos aqui envolvidos. Cada vez mais somos empurrados para um mundo sombrio, onde o que melhor reina é a desconfiança, a libertação das opiniões, de tal maneira que nós enquanto espectadores desejamos uma coisa e, no momento seguinte, arrependemo-nos da nossa própria decisão. Como sempre, os últimos episódios são os que nos ligam o modo êxtase de tão tensos, obrigando-nos, até, a obtermos uma atenção extra, qual lado detetive, com o intuito de resolvermos o quebra-cabeças em aberto. How To Get Away With Murder é uma série que continuo a aconselhar – e não faria qualquer sentido se não o fizesse -, e por isso é que aqui estou: se ainda não viram esta série, não deixem que o tempo passe por vocês sem o fazerem!
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