O facto de nos colocarem um livro nas mãos e no-los aconselharem a ler, diz imenso a respeito do mensageiro e de nós próprios: há, sem sombra de dúvidas, um conhecimento prévio dos nossos gostos, uma atenção aos detalhes, nos quais nem toda a gente repara, para além de uma pré-disposição e de uma necessidade de partilha e comunicação, que nem todos estão dispostos a criar, uns com os outros. Foi assim que “Confissões de uma suspeita de assassínio” [ENG/PT], de James Petterson e Maxine Paetro, se tornou na minha leitura de Abril, representando o tema do mês para o The Bibliophile Club, …
THRILLER E MISTÉRIO.
Da primeira vez em que o vi, foi com a amiga que mo emprestou, que rapidamente se mostrou entusiasmada, intrigada e curiosa com o percurso e desfecho da trama, exatamente por se caracterizar pela escrita, pelos detalhes apresentados e, principalmente, pela atmosfera macabra que circunda cada uma das personagens. Para além de me terem entregue um cenário pouco usual do meu, fiquei com a sensação de que os autores quiseram, acima de tudo, brincar com a minha cabeça e atenção.
A narradora nutre uma obsessão pelo mistério e, rapidamente, se torna desconfiável, por ser uma das suspeitas do crime apresentado, o que me fez questionar, por diversas vezes, sobre a veracidade dos factos que ela me entregava. De capítulos curtos, foi-me bastante fácil de mergulhar na história, embora, no início, me tenha sentido desconfortável com a necessidade de querer saber o que raio se estava a passar. Foi, como podem perceber, um autêntico desafio para mim, me manter fiel e dedicada a esta leitura que, embora não me tenha trazido nada de novo em termos de reflexão pessoal, serviu perfeitamente para, ainda assim, me fazer questionar acerca dos que me rodeiam.
De certa maneira, “Confissões de uma suspeita de assassínio” [ENG/PT] nos aproxima de querer entender as ações de muitas pessoas excêntricas e que anseiam, acima de tudo, uma perfeição que nem mesmo elas conseguem trabalhar em si. Fez-me indagar, sem qualquer obstáculo, sobre muitos pais que exigem bastante dos filhos e que não lhes oferecem o ingrediente essencial, aquele que molda a nossa personalidade: demonstrações visíveis de amor, afeto e preocupação, à parte da rigidez que, sim, deve existir numa educação, porventura, que não deveria ser o foco de uma relação destas.
Por muito dinheiro que possamos ter, por muitas condições que possamos providenciar aos nossos filhos, sou da opinião que ensiná-los a ter valores, personalidade própria e uma curiosidade para se conhecerem e aos demais, é tão importante quanto a oportunidade de estudarem, serem alguém e subirem na vida. Há itens que não se consegue obter através de uma compra, tal como não existem duas oportunidades iguais. Podem, neste exacto momento, se estar a questionar de onde vêm tamanhas reflexões, mas apenas lendo “Confissões de uma suspeita de assassínio” [ENG/PT], perceberão onde quero chegar. Tal como qualquer outro livro que já tenha lido, encheu-me as medidas e, certamente, o recomendo a quem gostar deste género literário!
Já leram este livro? Conheciam? ♥
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2 Comments
Tulipa Negra
28 de Abril, 2019 at 15:40Não conhecia, mas fiquei curiosa.
Andreia Morais
28 de Abril, 2019 at 18:07Desconhecia o livro, mas fiquei bastante intrigada, sobretudo, com a tua reflexão no parágrafo final – com a qual concordo totalmente!