Um aconchego com os amigos, para além de suscitar momentos de pura descontração, acaba também por contribuir para a nossa sanidade mental e cultural – se é que existe o conceito de “sanidade cultural”. Atendendo à vontade de todos, o último filme em que apostámos ontem deixou-nos boquiabertos e um tanto pensativos. Pessoalmente, e como sempre acontece, já me tinha cruzado com o cartaz de “A Cure for Wellness”, no catálogo do Popcorn, contudo, há sempre alguma coisa que me arrasta para longe da vontade de apostar em certos filmes, tendo estes a devida atenção quando estou com mais alguém ao lado. Se, nesses aspetos, partilhamos de algum laço, começo por afirmar que, tal como eu, deixar-se-ão enamorar pela fotografia absurdamente trabalhada neste filme. A coloração, a nitidez, os planos e perspetivas, são de dar uma verdadeira overdose visual a quem é um apaixonado por fotografia e aspira chegar a este nível, nesta arte.
“A Cure for Wellness” coloca-nos a todos no mesmo patamar: estamos todos doentes e, apenas quem se apercebe dessa condição, obtém uma cura… Mas, qual será ela, afinal? Será que existe realmente uma cura, corroborando com o ponto de vista do protagonista, ou valerá mesmo a pena orientarmo-nos segundo o nosso voluntariado, que nos permite afirmar perante os profissionais que nos podem estudar pelo bem maior? Este é daqueles filmes que nos colocam realmente a cogitar, as pernas encolhidas até ao peito, uma proteção em forma de cobertor e mais atenção para com os detalhes do que o usual. Do meu ponto de vista, pois estas percentagens podem variar de espectador para espectador, sessenta porcento desta produção tem a resposta nela mesma, a restante percentagem depende da nossa capacidade de percepção e intuito filosófico. Há que aliar a nossa concentração aos diálogos, aos gestos de cada personagem, às personagens em si, às histórias de cada uma e aos desejos de todas elas…
Para cada questão, existe uma resposta simples, clara, lúcida, mas que até a obtermos, temos de quebrar barreiras e ser capaz de abandonar diversas teorias e adotar outras novas. “A Cure for Wellness” prima pelo modo intuitivo com que nos cativa, por ser bem conseguido e por não me ter desiludido, fazendo-me recorrer às recordações que tenho do já falado “Shutter Island“. Fiquei até impressionada pela minha capacidade lógica, tendo em conta o horário em que o vi, o que lhe dá ainda mais pontos por me ter obrigado a entregar-me a ele, tornando-se numa relação recíproca. Perfeito para um Domingo como o de hoje!
Já viram este filme? O que têm a dizer?
imagens via Google
2 Comments
Marta Moura
23 de Outubro, 2017 at 15:42Não vi mas fiquei curiosíssima!
IMPERIUM
27 de Outubro, 2017 at 10:09Aconselho mesmo muito!!