Sinto que tudo o que disser sobre este filme será tomado como spoiler. O mesmo é de uma complexidade que, para muitos, não passará de um conjunto de cenas já apresentadas. É verdade, a narrativa de “Everything Everywhere All at Once” é igual a muitas outras já vistas. No entanto, destacou-se pela criatividade em trabalhar as conclusões com momentos atraentes, divertidos e com uma dose de drama equilibrada.
Facilmente me identifiquei com as histórias das personagens. Seja pelas dificuldades de quem precisa de trabalhar para meter as contas em dia, como pelo sentimento de indiferença emocional de quem mais amamos, ou mesmo pelos conflitos internos de quem se está a descobrir num mundo recheado de desafios. Sejam eles familiares, da sociedade, de nós próprios.
“Everything Everywhere All at Once” carrega às costas um aglomerado de metáforas apoiadas em cenas muito auto explicativas.
A meu ver, uma vez que alcancei esferas de meditação um tanto inusitadas, expelindo uma lágrima ou outra. Apercebi-me dos medos que habitam nos que me rodeiam, nas razões de eu ter de aprender a ser menos orgulhosa, no tipo de amor que quero viver… Como não poderia deixar de ser, a principal questão convergiu com a essência de todo o filme: quem seria eu se tivesse tomado outras decisões?
Trata-se de um filme familiar mas que, ainda assim, mexe com feridas que possamos estar a esconder por pura teimosia de espírito. Diverti-me mais do que esperava, ainda para mais depois de ter visto o mais recente “Doctor Strange” que também aborda multiversos – tema que adoro desde que me lembro!
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