BOX-OFFICE | 3 filmes 3 dias 3 sugestões

Levei o meu tempo para elaborar o décimo sexto cartaz do 3 dias 3 filmes 3 sugestões Mas compensou! Pelo menos, para mim. Estive um pouco na dúvida quanto aos filmes que traria aqui. Confesso que até me senti pressionada a concluir este artigo, contudo, o tempo que me concedi permitiu-me escolher produções que se complementam de alguma forma. Ao longo da leitura, hás de perceber porquê.

▬ Last night in Soho ▬

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Confesso que não tinha grandes expectativas sobre este filme. Ter ido às escuras só intensificou a dúvida. Primeiramente, não esperava que ele fosse intenso. Surpreendi-me pela positiva a partir do momento em que a protagonista é logo direcionada para os dramas que a acompanharam até ao final.

Aviso, no entanto, que last night in Soho explora temas sensíveis como o assédio, violência sexual, transtornos psicológicos, suicídio e uso de drogas. Além do mais, por muito que disfarce nos detalhes visuais, os mesmos ficam claros pelas pequenas sugestões rematadas pela imaginação.

Este filme é uma pequena exibição do backstage daquelas que, outrora – e acredito que nos tempos atuais – têm de se submeter a atos horrendos contra os seus valores em nome do sonho de viverem como artistas. Seja em cima do palco, na tela do cinema, pelas melodias de um vinil ou na passarela.

Senti-me enojada grande parte do filme. O meu corpo não perdoou na tensão, foi impossível descontrair um segundo que fosse. Também, não é para menos. Last night in Soho não me prometeu nada, mas entregou-me mil e uma oportunidades para agradecer pelas coisas boas que a vida me dá

▬ Where the crawdads sing ▬

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Foram três tentativas até conseguir ver o filme até ao fim. Gosto muito dos que me obrigam a refletir na vida, mas esta produção não se tornou num favorito. Trata-se de uma história sensível, sim, da qual não duvido existir na vida real. Quantas não serão as crianças abandonadas, não só pelos pais como pelos que, na sua ausência, deveriam abraçar o seu papel de adultos?

Where the crawdads sing é quase que uma caricatura de todas as facetas da humanidade. São expostas situações de agressão, abandono, empatia, sobrevivência no seu estado puro, negligência e julgamento que, sem dúvida alguma, ocupam o palco do nosso quotidiano. Não sei dizer quantas vezes me vieram as lágrimas aos olhos, mesmo sabendo que me esquecerei deste filme.

Detalhes tão pequenos como aprender a ler numa idade avançada e, dali adiante, conhecer um pouco melhor da nossa história, foi um dos que me emocionou. É incrível como tomamos estas coisas por garantidas, longe de pensar na sua verdadeira importância! Apesar da protagonista ter um histórico que facilmente a tornaria isenta de qualquer paixão, gostei da sua construção.

Temos aqui alguém que se abriu para a natureza, praticou os seus talentos, fez disso a sua vida, viveu relações boas e más, tomou decisões infelizes e, no fim, manteve os ideais equilibrados. Claro que se me aprofundar na questão, não há como a dissociar dos exemplos com os quais cresceu. Contudo, a sua existência conta como lembrete de que podemos escolher viver as nossas vidas da melhor forma possível.

▬ The woman king ▬

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Assim que estreou, the woman king não estava propriamente na minha lista de filmes urgentes. Contudo, tornou-se num quando decidi que quero conhecer mais do ponto de vista da cultura africana, longe das interpretações que me foram entregues ao longo do meu crescimento.

Além de ser uma grande fã do trabalho da Viola Davis, sinto uma grande curiosidade em saber como são os povos liderados por mulheres. Quão diferente são essas lideranças, em comparação com as dos homens?

Apesar de se focar muito na questão dos conflitos entre ideais, the woman king é um reflexo do que ocorreu em países colonizados e o modo como, por consequência, foram formatados a pensar que eram merecedores da escravidão. Dei por mim a sentir-me grata por ter nascido numa época e contexto em que não me obrigam a casar, em que não fazem de mim mercadoria, em que tenho poder para escolher onde e como quero estar.

Sinto que se grande parte dos africanos se permitisse a questionar as razões de se sentirem desmerecedores de sucesso, no lugar de aceitarem um destino que vem como herança, talvez metade dos abusos já teriam cessado. Infelizmente, não é tão fácil quanto falar.

fontes de imagens: alternative posters e imdb

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