Não me atrevo a ver no arquivo quando foi a última vez em que escrevi para esta rubrica. Há muito que deixei de o fazer, sobretudo por ter deixado de ver filmes com frequência. Foquei-me, como sempre, nas séries, isto depois das tarefas da faculdade terminadas. Ultimamente, no entanto, dei por mim a planear recuperar rubricas que me sabiam bem ao escrevê-las. Comecei, em finais de janeiro, com as retrospetivas mensais. Hoje, partimos para o Box-office | 3 filmes, 3 dias, 3 sugestões, uma coletânea de três filmes que vi recentemente e que, com certeza, encaixarão no fim de semana de alguém!
▬ WAKANDA FOREVER ▬
Chorei nos primeiros dois minutos. As primeiras cenas são fortes, além de me ter relembrado dos acontecimentos da vida real. Não contava com uma enxurrada de lágrimas por causa dele. Não estava preparada para isso. Black Panther, para mim e tantos outros negros, foi um manifesto de positividade, uma ode ao continente dos nossos antepassados.
Somos retratados num cenário de abundância, avanços tecnológicos, remontando a uma linha de pensamento outrora destruída, além de uma acendalha de esperança quanto às mudanças que poderão ser aplicadas. Trata-se de um filme de ação rico em detalhes, rituais e hábitos que talvez seria bom recuperar de modo a celebrar o que há de melhor na cultura africana.
Essa representação permanece em Wankanda Forever, com alusão a um outro povo que, analogamente, viu-se obrigado a reestruturar o seu sítio de permanência. Apesar de se focar muito no conflito entre estas duas culturas, cada uma das personagens expressa bem o peso de lidar com a perda, a tomada de grandes responsabilidades e a união, não obstante os diversos caminhos a tomar. Comecei e terminei a chorar e, sinceramente, não me recordo do último filme que teve este efeito em mim.
▬ THE MENU ▬
A primeira vez em que ouvi falar de The Menu foi no jantar que inspirou este episódio. O resumo apresentado não foi tão persuasivo, até, há uns dias, ter visto uma review do Otávio Ugá pelo Youtube, refrescando-me a curiosidade semeada. Foi na noite em que decidi assistir filmes com mais regularidade. Não só fiquei presa ao ecrã, como não fazia ideia de que cenas sórdidas me satisfizessem tanto.
Pensei, de igual modo, no que faço enquanto criadora de conteúdo. Até que ponto sou eu diferente de muitas destas personagens, sempre que aqui venho expor uma avaliação, usando tudo o que sei de vocabulário e inteligência emocional, de modo a transmitir uma mensagem convincente?
Sem que, obviamente, deixe de ser genuína?
A tensão é gerada desde o final da primeira parte, denunciando o rumo que o mistério teve de assumir dali adiante. Foi uma bela de uma surpresa, sobretudo por trabalhar na área da hotelaria e restauração, partilhando das frustrações deste staff.
▬ THOR – LOVE AND THUNDER ▬
Recuso-me a começar esta recomendação sem vincar o quão bem é que o humor combina com esta personagem. Admito que o Thor só começou a ser um queridinho desde o Ragnarok. Aquela sua postura de deus, sempre muito acompanhada de arrogância e petulância, repelia todo o meu entusiasmo para com as suas aventuras.
Aliás, criei mais afinidade com o Loki do que com o seu irmão. Acho-o muito mais caricato e cheio de personalidade, tanto que assisti à sua série num ápice. Quero a segunda temporada para ontem! O diretor de Thor fez um ótimo trabalho ao mudar-lhe a postura.
O resultado do seu percurso enquanto herói deveria, até, originar outro olhar sobre a vida… Contudo, toda esta palhaçada visa não só contrastar com isso, como lhe traz mais humanidade, dentro do que a sua divindade permite. Para uma tarde de domingo, será uma ótima opção!
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