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Estou para escrever sobre este livro há imenso tempo. Só que, como sempre, a receita resultante da procrastinação e da desorganização inerente a novas fases de vida não mo permitiu. Posso até dizer, desde o momento em que o terminei, que tive demasiado tempo para tecer uma opinião. Mas este é daqueles livros que encaixou tão bem com as minhas crises existenciais que estou, até agora, a tentar compreender as suas mensagens.
Quando, na altura, a minha fome de livros mirava os romances, isto era tudo o que eu não estava à espera.
Eu queria seguir uma linha mais vulgar, embrenhando-me numa trama cliché, leve e rápida. Só que não foi o que se sucedeu. Além de ter tropeçado numa história de contornos realistas, como se de um espelho se tratasse, tive a oportunidade de obter algumas respostas à questão que, uma vez, fiz à minha psicóloga: o que é isso do amor? O que é, de facto, amar? Como é que eu o saberei distinguir de tudo o resto?
Ainda guardo algumas passagens na memória. Jamais as conseguiria recitar, contudo, consigo resumir aquilo que ficou. Amar é amadurecer. É aceitar que existem filtros que não nos permitem encarar a verdade do nosso amado, moldando-o num ser perfeito. Amar é compreender que tal como existem momentos agradáveis numa relação, são os desafios que realmente testam aquele sentimento e conexão…
Posso ainda não ter vivido o tipo de amor que aguardo há algum tempo. Não sei como é ser inteiramente correspondida, adormecer e acordar ao lado de alguém querido… De momento, não sou capaz de falar pelo momento da conquista, da entrega, do desenvolvimento que aproxima dois indivíduos completamente diferentes, mas que acreditam conseguir encaixar um no outro…
Porém, vivo amores diários que me permitem corroborar e absorver o que o Alain de Botton quis dizer com este livro tão bem conseguido.
Ele quer que continuemos a criar fantasias, só que com os pés no chão. Para escrever tão bem do assunto, é porque ele mesmo o vive de alguma maneira. Em suma, o amor é uma construção. Poderia alongar-me nas minhas considerações, mas serve este artigo para vos convidar à review completa deste livro no meu podcast, o Congresso Botânico!
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