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O óbvio tem de ser dito. Creio que a minha maior dificuldade seja a de interpretar no óbvio verdades que ainda não aceito. Seja por pré-conceito quanto à natureza das minhas crenças, seja pelo descrédito do conceito de óbvio. O óbvio é precisarmos de oxigénio para viver, água para sobreviver, sono para nos mantermos saudáveis… Tanto quanto vivermos a vida harmoniosamente com as raízes no amor, ou seja, deixando de lado o que nos desperta a ansiedade, a infelicidade e, por consequência, uma profunda tristeza quanto ao rumo que tomamos.
Por muito simples que este livro seja, a verdade é que ele é riquíssimo em abraços que muitas vezes não conseguimos ter de madrugada.
De madrugada ou noutra altura qualquer, uma vez que estamos cada vez mais embrenhados em sustentar narrativas que justifiquem a nossa infelicidade. O Manuel escreve com uma leveza de quem nos convida para tomarmos um café numa tarde chuvosa, mas ainda assim confortável. Os capítulos variam por diversos temas que assombram o quotidiano da nossa sociedade, muitos deles como protagonistas das nossas indecisões. São mega curtos, os mais longos nem chegam às cinco páginas.
Por diversas vezes, senti-me reunida com os meus terapeutas, não só relembrando o que muitas vezes escutei como pelo que já me foi dito. Se me preenchi de coragem para tomar certas decisões, devo-os ao nosso trabalho em conjunto para me tornar numa pessoa melhor, parceira de gestos de amor e humanidade. Ainda vivo conflitos que me atrasam na tomada de decisões… Muitas das vezes por não confiar o suficiente em mim, por dar créditos aos cenários mais mirabolantes, sobretudo por nem sequer arriscar um milímetro que seja.
As palavras que compõe o “Se sentes, não hesites” corroboraram com uma fase em que decidi transpor as mudanças para o plano físico.
Para os que estão de fora, acedi à loucura de um momento para o outro, trazendo ao de cima questões que eles nunca encontraram para si mesmos, só que para mim têm-se tornado cada vez mais óbvias: cansei de não estar feliz com as escolhas que faço, portanto, quero mudar. O título deste livro parece aleatório, só que conforme a exploração, percebi – muito melhor agora! – que a nossa intuição é a nossa maior aliada. O que nos afasta dela é o ritmo que adotamos no nosso dia-a-dia, o pouco conhecimento de nós mesmos e de como é que a nossa espécie se aguentou até agora.
Esta experiência de cinco dias relembrou-me de que o meu corpo comunica-me sinais, percursos, pensamentos, decisões, só que eu, embebida em detalhes não tão necessários assim, deixo que as mensagens passem em branco, colhendo posteriormente resultados indesejáveis. Por vezes, basta-me ficar mais tempo em casa. Escutar músicas novas e diferentes. Retomar o hábito da leitura em qualquer cantinho. Jejuar como reset. Fazer-me acompanhar de amigos. Trocar as plantas de vaso e estudar o seu comportamento.
Dentre tantas outras coisas que me têm passado ao lado, por viver muito na minha cabeça. Daí a minha decisão de 180º.
Confesso que nunca me senti tão tranquila com esta saída do rebanho. Daqui adiante, será uma questão de tempo até reorganizar as minhas gavetas emocionais, talvez fazer uma fogueira com arquivos que já não são relevantes, abrir as janelas do coração e deixar o vento limpar a poeira do pensamento. A vida acontece quando deixamos de tentar. Que este óbvio nunca deixe de o ser.
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