ESTANTE CÁPSULA | SUBLINHAR LIVROS? DOBRAR OS EXTREMOS DAS PÁGINAS? QUE RAIO DE LEITORA É ESTA?

A Andreia perguntou: “Sublinhar livros? Team marcador de livro ou qualquer coisa serve para marcar a página?“

Assim que vi estas duas questões no meio das restantes cinco, soube que lhes teria de dedicar uma publicação especial. Afinal, há lá maior motivo de controvérsia no seio dos livroólicos do que a maneira como cada um de nós marca os seus livros? Pela parte que me toca, já tive muitas reservas em relação a este assunto. Se, para mim, dobrar os extremos das páginas, sublinhar com marcador, dobrar os livros para obter uma visão e posição mais facilitadas, eram uma dor de cabeça, hoje em dia já não é bem assim. E escuso de me repetir, porque tudo o que enumerei faz parte do meu processo de leitura e marcação de páginas/citações.

Podem atirar-me à fogueira, não me importo; com o passar dos anos, fui-me apercebendo de que sim, é importante cuidarmos dos nossos livros, no entanto, a nossa vida não é um museu e qualquer que seja a experiência pela qual estejamos a passar, ela merece a nossa atenção e, pasmem, interação. O meu modo de interagir com os livros, para além de os abrir e começar a explorar, passa por dobrar as pontas das folhas quando existe uma citação que me interesse, rasurar essa mesma citação com um marcador e, dependendo da separação que eu queira fazer entre citações interessantes e passagens no livro que remetam à explicação daquele universo, lá recupero os post-its e colo-os na berma da página.

Para me situar, ou utilizo um dos ene marcadores de livros que tenho guardados, ou faço uso das orelhas das capas e contracapas – se, de facto, existirem! -, ou vai o primeiro recibo/guardanapo limpo/uma caneta ou lapiseira/o próprio marcador que uso para rasurar/qualquer outro objetivo apelativo para não me perder na página em que vou… Quando me recordo, lá abro o Goodreads e aponto em que momento vou. Na verdade, o Goodreads, para mim, só existe para me desgraçar e fazer ver quantos livros ainda quero ler ou comprar, ou então para me fazer companhia de todas as vezes em que vou – ou ia! – a uma livraria chorar por dentro. Quanto a isso, não há segredos.

Raramente, reescrevo numa folha solta partes que me tenham emocionado, porque sendo como sou, essas folhas cairiam no esquecimento, ocupariam espaço e deixar-me-iam nervosa, portanto, quando me dá aquela saudade, pesco os livros em questão da estante, folheio até me sentir satisfeita e releio as mensagens que, outrora, me disseram alguma coisa. Há vezes em que concordo com a Carolayne do passado, mas também há outras em que levo a mão à cabeça e me questiono que sentido é que aquilo teve. De qualquer das maneiras, fico sempre contente por poder passar por este tipo de experiências, sem aprisionamentos ou condições adicionais, sendo mais do que livre para.

Esta é uma das vantagens de se ter uma biblioteca pessoal: poder, a qualquer altura, viajar as vezes que quiser, para onde me apetecer, sem sair do lugar… Isso e querer sempre mais! ♥

Contem-me: como é que vocês fazem a marcação das páginas e vivem todo o processo de leitura?