BOX-OFFICE \\ “IN THE TALL GRASS” (2019)

Cada vez mais, deixo-me aborrecer com os filmes que escolho para assistir. Aprendi a deixar as expectativas baixas, pois, devido a um certo acumulo de desilusões cinematográficas, começa-se a tornar um tanto complicado nutrir alguma esperança em relação ao que estou a ver. Confesso que, talvez, eu é que não tenha dedo para a coisa, ou melhor, o facto de não treinar esta minha capacidade de escolha com mais frequência, me dificulte no momento de o fazer. Sem desejar entrar em grandes debates acerca desta minha deficiência para escolher filmes, e admitindo a qualidade de tantos que por aí existem pelo mundo fora, algo que me deixa desconcertada é a falta de explicações por detrás de um argumento, como se isso não fosse necessário.

FONTE: IMDB

Mencionando o exemplo mais recente e que me inspirou, finalmente, a voltar a escrever, “In the tall grass”, adaptação de uma obra de Stephen King e Joe Hill; a sessão aparentou reunir todos os detalhes de um campo bastante interessante, até ter alcançado o final e que pouco me disse acerca do percurso que ali explorei, naquela hora e quarenta. Talvez, eu seja demasiado exigente para com o conteúdo que consumo, mas, pessoalmente, gosto da sensação de me sentir alienada, munida de razões para tal. O núcleo da história é tão simples quanto: adjacente à estrada principal, existe uma vasta vegetação que, sendo primeiramente adentrada, não permite que as pessoas de lá saiam, tornando toda a atmosfera um tanto sinistra e assustadora. Até aqui, tudo bem.

Quando, passado algum tempo, me dei conta do paralelismo utilizado para referir as mesmas personagens no mesmo plano físico, mas em momentos temporais diferentes, a aventura pareceu-se-me aguçar ainda mais, porém, a negligência acerca das motivações daquele labirinto arruinou por completo o meu interesse para com o que me comprometi a assistir, abandonando-me nesta frustração que se tem tornado constante. Acredito que tentar explicar o realismo mágico carregue em si alguma complexidade, no entanto, não custa nada tentar, ao invés de se esconderem nos cantinhos racionais e que lhes permite confecionar meia refeição para o nosso apetite consumidor, deixando-nos a desejar por mais.

Não quero, com esta publicação, desmerecer o esforço da equipa por detrás desta produção, mas enquanto espectadora, choca-me ter noção de todo o investimento monetário e temporal que se dedica a mais um pedaço do mundo artístico e, ainda assim, denotar que poderiam ter adotado tantos outros trajetos para se superarem! Não tenho qualquer comentário pejorativo a tecer acerca dos atores, que estiveram bastante bem e que se entregaram na perfeição àquelas que foram as suas personagens; a fotografia não me pareceu nada por aí além, embora seja boa e um tanto apelativa ao nosso olhar e, parecendo que não, sinto-me agora curiosa para ler o livro que deu origem a esta adaptação. Pelo bem, ou pelo mau, “In the tall grass” conseguiu atiçar alguma emoção positiva em mim!

Conheciam este filme? Já o viram? O que acharam? ♥

O que pensas sobre o assunto? Gostaria de ler a tua opinião! ♥

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