Como um todo, o meu verão foi bastante positivo no que toca às leituras. Li o suficiente para me sentir preenchida enquanto leitora e, a melhor parte de todo este jogo de sensações, é o facto de reconhecer não ter tecido qualquer tipo de meta, causando um efeito mais relaxante na minha mente. Ainda aqui não tinha vindo, por estar prestes a terminar um livro que, do meu ponto de vista, se adequaria bastante ao tema dos meses de Julho e Agosto, no entanto, correndo o risco de me atrasar ainda mais para com as minhas responsabilidades, decidi vir aqui conversar sobre um dos livros que me entreteu, apesar de não me ter feito sentir nada por aí além.
Comecemos, então, com a “primeira leitura” que fiz para o mês de Agosto, se a memória, assim, não me falhar. Resumindo um pouco a minha prévia relação com “A Rapariga no Comboio”, quem me lê há algum tempo, sabe que eu sou uma ávida consumidora do booktube e, consequentemente, sempre tive contacto com as mais diversas fontes acerca das novidades literárias. Ora, este thriller psicológico de Paula Hawkins teve o seu momento na ribalta, dividindo, até, opiniões. Eu, como é óbvio, deixei-me ficar neutra, até que se me surgisse motivos para me converter, mas sempre de curiosidade aguçada e atenta. Corri um risco por ter assistido, primeiro, à sua adaptação cinematográfica e, logo nesse instante, algo me acometeu a precisar uma certa dualidade de opiniões, no meu interior.
Ainda assim, conservei a vontade de ler o livro e eis que o comprei em segunda mão, através da Sofia. O mais irónico desta aventura foi ter explorado toda esta história nas minhas viagens de comboio e, por esse detalhe, foi-me um tanto “mais fácil” de estabelecer uma certa analogia com as sensações descritas pela autora. No entanto, contudo, porventura, isso não tornou a minha postura mais frágil e suscetível a apreciar a história em “A Rapariga no Comboio”: sendo bem sincera, e reconhecendo o potencial por detrás desta obra, pessoalmente, eu não gostei deste livro e admito o quão contraditório é apontá-lo, tendo em conta o meu primeiro parágrafo!
Não consegui nutrir empatia por nenhuma das personagens, achei as motivações das mesmas um tanto fúteis e, ainda para mais, fiquei com a leve sensação de que, de todos os trilhos que Paula Hawkins poderia adotar, este foi o mais pobre. Compará-lo com “Gone Girl” é uma espécie de ofensa para mim, embora, atenção!!!!, este último também tenha os seus fãs e haters. É como tudo na vida, portanto. Posso não me ter agradado com “A Rapariga no Comboio”, mas por detrás de todas as falhas, este livro destaca-se pela sua escrita concisa e fluída, tal como pela possibilidade de me ter feito reconhecer que eu o aconselharia, sim, dado que todos nós somos seres diferentes e, o que me desagradou a mim, poderá ser alvo de apreciação por outrem.
Posto isto, confesso que lhe darei uma segunda oportunidade, com um dos seus livros mais recentes, “Em Águas Sombrias”, publicado em 2017. Estou aqui a escrever este texto e a recordar-me da época em que li Haruki Murakami pela primeira vez e ter sido vítima de um misto de sentimentos em relação ao que li dele e, atualmente, ser um dos meus autores favoritos de todos os tempos! Nada como nos abrirmos à possibilidade de explorar outros trabalhos de um mesmo escritor e tentar compreender o que é que não resultou, na primeira experiência. Vai que, numa outra investida, a minha opinião se transfigure por completo!
trabalho e eu agradeço-vos, desde já, pela contribuição! Podem ler mais
acerca do assunto AQUI!
No Comments