Não me recordo de, em algum momento, ter assistido a um filme do Tarantino. Pelo menos, de que eu tivesse conhecimento. Tenho uma amiga que admira imenso o trabalho deste realizador, e, confiável aos meus olhos, havia decidido guardar “Pulp Fiction” para ver. Anos se passaram até que, finalmente, numa sexta-feira à noite, me ter sentido motivada a tal. O que me saltou logo à vista, para além do plano inicial, foram os diálogos, o tratamento das matizes, o jogo entre as diversas cenas, tudo numa assenta só!
FONTE: ALTERNATIVE POSTERS |
Com o decorrer da sessão, tanto mais se tornou evidente e revelador: a recorrência à violência explícita; a inteligência narrativa e argumentativa: a simplicidade por detrás do roteiro, embora cada uma nos permita efetuar um momento de reflexão mais aprofundada. Apoiando-me em “Kill Bill VOL. I” – um outro dos seus filmes e sobre o qual também quero conversar! -, para tecer a comparação e me aprofundar na crítica, Tarantino garante com mestria e vaidade a captura da nossa atenção, tendo em conta que não mede aos palmos a sua capacidade em criar e brincar com os momentos que carrega em mãos.
Não se trata, porém, de uma narrativa linear e completa: o seu esforço garante uma marca pessoal única e reconhecível até para os mais leigos, como eu, por exemplo. Assim, ele apodera-se do mote mais simples e transforma-o em algo exemplar – não que isso indique que o produto venha a ser pobre: em “Pulp Fiction”, temos acesso a uma história entre integrantes de um gang e seus rivais, em paralelo com uma espécie de conexão romântica que nunca vê a luz do dia e um assalto que consente a abertura para outros episódios. As personagens partilham aspetos que as tornam cativantes na medida certa e os seus vínculos são de extrema apreciação e unicidade. Contudo, a abordagem por detrás estimula uma entrega que extrapola as nossas expectativas!
Estas sugestões vão-se incorporando umas nas outras e, embora deixem em aberto um ou outro detalhe, não deixam de ser cristalinos e bem encaminhados pelo trilho que o realizador permite e deseja. “Pulp Fiction” não só entretém e apaixona, como serve de lição para algumas ocasiões, exemplificando, os detalhes da efemeridade poetizada. O resultado final colmata na perfeição o primeiro plano já referido, fechando todo o ciclo temporal ao qual nos dedicamos, da melhor maneira possível! Posto isto, nada mais posso acrescentar e que não detonará a vossa experiência. Não querendo isso, convido-vos a explorarem este trabalho magnífico e que vos deliciará a vista e o engenho pensador!
Conheciam este filme? Já o tinham visto? Que outros filmes do Tarantino aconselham? ♥
1 Comment
A TItica
20 de Agosto, 2019 at 10:39Já o tinha visto quando saiu e achei fabuloso!!! A perspetiva que os personagens principais " morrem " tão facilmente quanto os secundários e os figurantes, deixa-nos com uma nova ferramenta marcada na nossa memória, para quando vemos outros filmes.
Tens de ver o Django!!!
Bjs