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BOOK REVIEW "A SAUDADE TEM UM NOME", LEANDRO PELEJA

18 de Julho, 2018
Não vou negar: a chegada de novos livros cá por casa suscita em mim diversos tipos de entusiasmo. Ultimamente, ando numa de explorar histórias de novos autores no mercado editorial, de maneira a aprender com eles e as diversas formas de aplicar a minha escrita, não só pelo blogue como também futuramente. Assim que a minha mãe me disse que conhecia a mãe do Leandro – rapaz com o qual nunca me cruzei, embora sejamos da mesma cidade e tenhamos amigos em comum! -, logo aceitei a oferta de comprar os seus dois livros publicados e lê-los.
Não quero dar a cara a afirmar que percebo muito desta coisa de escrever. Tal como ele e (quase) todos os outros escritores, bloggers, produtores de conteúdo escrito, eu escrevo porque gosto e estudo o máximo que conseguir acerca desta tarefa, apoiando-me não só em pesquisas, como em conversas com quem percebe muito do assunto – exemplificando a Sofia que, para além de ter uma licenciatura em Jornalismo, também já tem dois livros publicados e estuda imenso acerca de regras ortográficas, etc. -. Arrisco-me a dizer que devido à nossa amizade, eu já aprendi imenso com ela e é sempre um prazer ouvir/ler as dicas que ela tem para me dar.
Juntando todos estes fatores aos facto de eu ler imenso e detestar pontas soltas, é que me posso considerar capaz de avaliar quando é que uma obra é, ou não, de se “enaltecer”. Embora tenha gostado do tema de “A saudade tem um nome”, sinto que houve muitos itens e pontos que se perderam pelo meio das tentativas imensuráveis do autor de apontar, a cada página, uma filosofia de vida, não nos dando espaço para respirar, refletir e extrair as nossas próprias conclusões. Nas primeiras sessenta e oito páginas, confesso que estava a adorar a pegada da história, na medida em que para além de se situar numa cidade que é tão minha, os rituais das personagens levaram-me a identificar-me com elas, desde as rotinas dos transportes, às descrições acerca das saídas com os amigos. 
O que pecou imenso, para além da pouca experiência nesta coisa de publicar livros – o que não condeno, atenção! Apenas acho que tal fator tenha influenciado na criação deste livro! Acontece a todos! -, foi a falta de coerência na trama, a pressa em tratar certas cenas, os erros ortográficos, verbais e estruturais – já não se consegue desculpar a colocação de “à/á” no lugar de “há”!!! -, a repetição da atmosfera ao longo de toda a história e, acima de tudo e o que me deixa ainda mais abalada, a ausência da essência do jovem autor. Eu nunca li livros do Pedro Chagas Freitas, contudo, já me calhou passar os olhos sobre os seus textos do Facebook, e não houve um único minuto em que eu não tenha detetado o Chagas Freitas, ao invés do Leandro Peleja. 
E eu duvido muito que, apesar de ele se identificar com o trabalho do autor mais velho, eles partilhem assim tantas semelhanças na hora de escrever! Sei que, muito provavelmente, estou a soar demasiado dura e insensível, porém, a verdade é que tudo aquilo que eu digo, seja pessoalmente, através do blogue, pelas redes sociais, é sincero e do coração. Se até eu já produzi textos assim, com todos estes erros? Sem dúvida alguma! Comecei lá de baixo, sem a mínima noção das regras e hoje, por conta do treino, das leituras, dos estudos, escrevo como escrevo. 
Há situações que não devem ser comparadas se não as conhecermos bem, mas o facto é: eventualmente, chegamos lá e eu tenho a certeza de que com o tempo, a minha opinião acerca do trabalho do Leandro sofra mudanças e eu seja capaz de identificar não só evoluções, quanto uma mão cheia de obras publicadas! De qualquer das formas, este foi apenas um em dois existentes. Mais uns quantos dias e eu me lançarei à leitura do seu segundo livro, crente de que a experiência será muito melhor!

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