Sinto-me imensamente feliz. Não que já não o soubesse ou mesmo afirmado publicamente, contudo, trata-se de uma explosão interior que sucede em circunstâncias especiais, tornando tudo mais belo e genuíno. Grande parte dos motivos são fruto da minha capacidade de juntar as pessoas, seja à mesa, ou no jardim, sem exigir grandes detalhes ou outras coisas quaisquer. Cada vez mais, tem-se tornado frequente a minha apreciação para com as coisas simples, porque quanto mais deste aspeto, melhor.
A simplicidade é uma cola que une muitos corações, por determinar nela mesma que não são necessários objetos da opulência para que as pessoas sejam, realmente, plenas de si mesmas e capazes de enfrentar as atrocidades da própria existência. É possível manejar um encontro com os amigos, uma sessão de amor-próprio, uma mini rotina de leitura ou ingestão de chás, sim, tudo isto é possível e concretizável a partir do momento em que decidimos que é assim que tem de ser!
Chega de alimentarmos os adiamentos, as desculpas para o “faço amanhã”, ou mesmo para os abraços que pendem sobre duas ou mais vontades reais. Como já me disseram uma vez, a vida é só uma e é realmente penoso descobrimo-nos num emaranhado de desejos por concretizar, de perdas desnecessárias, de um ardor no peito por não nos termos dedicado, na medida certa, a algo ou alguém.
O tempo não aguarda pelo nosso esplendor nos momentos de conquista, apenas corre por nós, diversas vezes sem acenar, porque ele tem consciência de que não pode simplesmente cessar por determinado indivíduo, seja ele quem for ou o papel que desempenhe. O tempo tem nas mãos um poder que muitos anseiam poder controlar, todavia, esses esforços serão sempre em vão enquanto as nossas propriedades nos conduzirem para o mesmo destino: debaixo da terra, no fundo do mar, esquecidos algures…
Reter esta realidade, não como método de sufoco, mas sim como impulso para apreciarmos os detalhes que determinam a silhueta da vida que levamos, somente nos torna mais conscientes da linhagem que queremos imprimir ao mundo, embora dois décimos dele se recorde de nós. Porventura, faz toda a diferença pincelar um sorriso, moldar um abraço, fazer crescer os momentos, pois, é mais disto o que nos substitui pela positiva, do que propriamente um adiamento que não faz sentido.
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