Depois da visita exterior feita na semana passada, com direito a uma deambulação pelos jardins reais, decidimos regressar aos palcos da realeza, vistoriando os compartimentos que outrora albergaram as figuras que governavam Portugal, nos séculos anteriores. Aproveitámos o facto dos museus serem gratuitos aos domingos – e feriados, também, até às 14h da tarde -, para fecharmos o ciclo de que demos início, sem nos darmos conta.
Para mim, não foi novidade calcar aqueles corredores, no entanto, senti que o encanto era diferente, não obstante a bagagem que fui coleccionando ao longo destes anos. Confesso que poderia investir ainda mais nos meus conhecimentos, tanto artísticos quanto arquitetónicos, no entanto, por reconhecer tal facto, é que de há um ano para cá, sensivelmente, tenho colocado isso em prática: a pesquisa é algo que nunca falta, assim como os debates acerca de qualquer questão que floresça a partir de uma dúvida.
Não sei se a visita pelo Palácio Nacional de Mafra poderá ser guiada, no entanto, deparei-me com muitas pessoas que, junto das suas companhias, exploravam os aposentos reais com curiosidade, lendo os guias nas portas de cada zona, trocando impressões uns com os outros, chamando, por vezes, os guias que por lá andavam e que nos sorriam de cada vez que passávamos por eles. Quanto a nós, também não nos faltou a oportunidade de conspirar, constatar, criar histórias e descortinar as verdades por detrás de todas as suposições. Para quem leu O memorial do Convento, de José Saramago, sentir-se-á a reflutuar pela narrativa para a qual este senhor dedicou alguns dos momentos mais marcantes, e passará a compreender o porquê de, entre tantos temas, ele ter escolhido este e não um outro.
Foi fascinante deparar-me com os retratos da corte, com o mobiliário propositadamente feito para aquela circunstância, com os mosaicos, as pinturas no teto, as salas de jantar e convívio, os salões, o jogo de sombras e luzes que se formavam ao longo do pavimento, a energia que as pessoas depositavam naquela visita, e com a biblioteca tão famosa por albergar milhares de livros e alguns morcegos. Todo este espaço arquitetónico carrega uma beleza que só espaços assim conseguem refletir, e se se estiverem a questionar se vale a pena viajar até Mafra e dedicar um dia na exploração do Palácio e a natureza que a ladeia? Espero que com esta publicação, a vossa resposta seja mais do que positiva!
Já visitaram o Palácio/Convento Nacional de Mafra? Ficaram curiosos?
Caso vos suscite interesse, podem acompanhar-me pelo Instagram e dar uma vista de olhos aos restantes detalhes desta visita!
8 Comments
Leonor
24 de Julho, 2017 at 10:14Só estive na igreja e no exterior mas fiquei maravilhada com o que vi! Pretendo voltar lá assim que possível a adorei todo o texto e narração! Provavelmente quando estudar a obra que referis-te irei lá em visita de estudo ou assim mas aguardo ansiosamente!
Carolayne R.
4 de Agosto, 2017 at 14:38Para uma grande amante das artes, penso que ficarás extremamente encantada com a visita no interior!
Muito obrigada, Leonor!
Cherry
24 de Julho, 2017 at 16:35Já visitei o Palácio Nacional de Mafra numa visita de estudo, e é impossível não nos rendermos à beleza de um local com tanta história!
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry
Carolayne R.
4 de Agosto, 2017 at 14:38Lá isso é verdade! ^^
Beijinhos!
Daniela
26 de Julho, 2017 at 22:15Já o visitei várias vezes e é um dos meus monumentos preferidos!
Another Lovely Blog!, http://letrad.blogspot.pt/
Carolayne R.
4 de Agosto, 2017 at 14:39E consegue-se perceber muito bem o porquê! 😀
Inês Matos
27 de Julho, 2017 at 22:26Já visitei o Palácio e adorei. Quando li o Memorial do Convento deliciei-me com as descrições do autor, ao comparar com o próprio edifício. (:
ps: adorei a forma como o descreveste
Carolayne R.
4 de Agosto, 2017 at 14:46Quando li o "Memorial", nem me tinha passado pela cabeça que, neste ano, teria a oportunidade de visitar o Convento! E sim, é impossível não nos deliciarmos!
Muito obrigada, Inês! ;P