Até que ponto somos capazes de ultrapassar os nossos limites físicos e psicológicos, com o intuito de alcançarmos um patamar máximo de perfeição em relação ao nosso próprio trabalho? Por muito que gostemos daquilo que fazemos, será que vale mesmo a pena colocarmos a nossa vida em risco, apenas para provarmos aos outros aquilo de que somos capazes, o desejo palpitante de sermos superiores? Sim, Não? Quanto de sangue e suor é que temos de jorrar para que os outros aceitem o nosso trabalho? É exatamente disso que se trata Whiplash, um filme norte-americano protagonizado por Miles Teller e J. K. Simmons, e que nos conta a história de Andrew Neiman, um jovem músico que aspira ser o melhor baterista de jazz da sua época, e que para isso, submete-se aos ensinamentos do muito exigente professor Terence Fletcher. Desconhecia por completo da existência deste filme, até que a minha tia o sugeriu, para que o pudéssemos assistir neste sábado que passou. Para além de nos oferecer uma fotografia de fazer babar, o facto de toda esta trama trazer ao palco parte dos bastidores daquilo que é o jazz, é impossível não nos rendermos às melodias que nos entregam, assim como à história dos personagens – que, posso-vos já adiantar, não é lá muito aprofundada -, estando o argumento mais focado à luta que se estabelece entre Andrew e o seu desejo de ascender na carreira, tal como a luta entre Andrew e o resto do mundo. A cena que mais me arrepiou foi a final, por resumir de forma intensa toda a oscilação que vamos acompanhando em Whiplash, e por nos proporcionar um concerto final e de arrebatar as nossas expectativas! Vale mesmo muito a pena!
Sabiam que, a partir de meados de 2002, muitos jogadores conceituados de futebol americano, morreram das mais variáveis formas, sem que os exames posteriormente feitos à sua cabeça denunciassem demência ou qualquer outra doença para as suas estranhas atitudes antes das suas mortes, não obstante a pouca idade que apresentavam? E que foi Bennet Omalu quem descobriu, ao fim de algumas pesquisas, a verdadeira doença que transformava estes atletas em pessoas super fáceis de “descartar” e, ainda assim, importantes para a NFL, a maior organização futebolística do mundo? E que, mesmo com provas científicas e pessoas do ramo que corroborassem com a sua palavra, o governo fez de tudo para que essa informação não se espalhasse, de modo a não corromper com a famosa imagem que a NFL passava para a população? Pois é, cada vez mais, acho que os americanos têm tanto de burrice quanto de inteligência. Fiquei deveras chocada com o esforço do governo, aliado à NFL, para que o Dr. Bennet Omalu fosse desacreditado, de modo a não perderem o dinheiro que ganhavam dos jogos de futebol americano, mesmo que isso implicasse a perda de muitas vidas, tanto daquele presente, como do futuro ali estabelecido. No início do filme, Concussion, podemos ser confrontados com imensas dúvidas, no entanto, com o decorrer do mesmo, vamos obtendo as respostas de que necessitamos, ligando pontos que nos ajudam a perceber a trama, até ao momento em que lamentos pela estupidez humana. Penso que seja um filme que TODA a gente deveria assistir, não só para se perceber a importância que devemos ter com o nosso corpo, mente e espírito, mas principalmente para aprendermos a NUNCA deixarmos que a nossa ganância fale mais alto do que o nosso bom-senso.
6 Comments
Sara Jesus
26 de Junho, 2017 at 20:59Dos filmes que nomeaste só vi Hidden Figures. Foi um filme muito emocionante já entrou na lista dos meus preferidos. Quero muito ver Whiplash. Ouvi muitas críticas positivas acerca desse filme!
Boa semana Carolyne.
Inês
27 de Junho, 2017 at 10:16Só tenho coisas positivas a dizes do Whiplash e do Hidden Figures. Fiquei positivamente surpreendida com o primeiro pelas actuações do Milles Teller e do J. K. Simmons. O segundo deu-me a conhecer uma história de que quase nada sabia, passada numa época difícil para as mulheres e principalmente para as mulheres negras. Adorei.
O Concussion desconheço mas verei em breve 🙂
Joana
27 de Junho, 2017 at 11:42Whiplash é dos filmes que mais me agarra ao ecrã. A imagem é tão boa e a história tão cativante que só consigo recomeçar a vida quando os créditos já acabaram! A última cena deixa-me de boca aberta e, o desenrolar da história coloca-me o coração nas mãos.
Hidden Figures já vi, aliás, até cheguei a partilhar a minha opinião. Fez-me também perceber que, por muito que precisem de ti e que os teus dotes sejam os melhores do meio, se não te aceitarem, não te vão dar o devido valor ou respeitar sequer. Isso é muito triste, principalmente, porque ainda se vive isto em algumas partes do mundo. Não creio que algum dia vá saber a 70%, que seja, a dor que isto realmente causa, mas fiquei muito arrepiada e fico diariamente perante situações destas, tentando sempre proteger ou lutar a favor de quem sofre as injustiças…
O segundo filme deixou-me bastante curiosa, num futuro próximo tenciono vê-lo!
Paula Laranjeira
27 de Junho, 2017 at 18:59Nunca vi nenhum destes filmes mas aquele que me desperta mais atenção é, sem duvida, o Whiplash. Assim que vir, dou-te o meu feedback 🙂
Alice Ramires
28 de Julho, 2017 at 16:19Ainda ontem vi o Whiplash (outra vez!). ADORO, simplesmente adoro este filme!
riotdontdiet
10 de Agosto, 2017 at 21:06dai so vi o whiplash e adoro! o final é simplesmente brutal <3
https://rrriotdontdiet.blogspot.pt/