Fun fact: A capa deste álbum é inspirada no disco Maggot Brain dos Funkadelic |
Porque é este álbum tão bom? – eis a questão que me ando a fazer desde Dezembro de 2016. Desde o primeiro dia em que estabeleci um primeiro contacto com Childish Gambino, que eu soube que algo estava para mudar no meu interior. Vocês sabem aquele impacto que um músico provoca em vocês, conduzindo-vos para lugares da vossa mente que jamais ousaram explorar por receio… Gambino é dos poucos artistas que conheço que sabe exatamente como me provocar esse tipo de sensação, já desde os seus álbuns anteriores… O que nunca imaginei era que, após dois anos sem lançar algo, ele surgisse com um pack extraordinário de coisas boas! Awaken, My Love é diferente dos outros. Não só por marcar uma forte transição do rap primário utilizado nos outros trabalhos para o ato de cantar, mas também por mesclar diferentes géneros musicais, tais como o funk, o soul, o R&B e o rock dos anos 70. Gambino afirma que aquilo que o inspirou para este trabalho foram os artistas favoritos do pai, The Isleys e Funkadelic; tanto que quando ele ouvia músicas dos Funkadelic e as partes dos gritos chegavam, ele considerava-os bastante inexplicáveis, o que contribuía para a boa experiência que era ouvir tais músicas. Se pararmos para escutar algumas das faixas deste álbum, mesmo sem recorrermos às inspirações, somos bem capazes de sentir tal impacto e juntarmo-nos ao Gambino. E eu que o diga!
Quando coloquei play neste disco, não estava nada à espera de me surpreender e viciar, até ao dia de hoje. Se o intuito era o de nos arrastar para um jogo sexual mental, então tenho a dizer que o Childish conseguiu alcançar esse objetivo! Este é daqueles trabalhos discográficos que nos obrigam a ultrapassar barreiras, que nos convidam a sermos nós mesmos, que nos fazem ondular o corpo enquanto dançamos de pijama no corpo e uma garrafa de água na mão a fazer de microfone. Mesmo que os estilos não tenham nada a ver, para quem já escutou o Currents dos Tame Impala sabe perfeitamente como é que se desenrola a viagem por cada faixa, tanto que a última música somos nós a chegarmos ao êxtase da nossa existência. Se formos a equiparar, Awaken, My Love funciona da mesma maneira, mas de forma ainda mais sensual. A cada minuto que passa, o desejo de querermos mais e mais despoleta no nosso interior, e é sempre fantástico quando passamos de música a música e nos sentimos saciados. Esta obra de arte é daquelas que eu tenho o prazer de partilhar com o mundo, pois pela minha experiência de quase dois meses a escutá-la cerca de cinco vezes ao dia (ou mais, vai-se lá saber!), sei que vale a pena deixarmo-nos embrenhar pelos ritmos cuidados e pelas vibes que nos acarinham. E tudo isto para não falar de que é praticamente impossível não nos apaixonarmos por uma faixa que seja!
3 Comments
Ricardo Francisco
22 de Janeiro, 2017 at 0:15Fico feliz por encontrar alguém que tenha gostado tanto deste álbum como eu! Sem dúvida um dos melhores de 2016. A mistura de estilos aliada à voz do Gambino formaram uma mistura improvável e imparável que além de fantástica, continua a acompanhar-me diariamente 🙂
Ricardo, The Ghostly Walker.
Ju
22 de Janeiro, 2017 at 15:07não conhecia, estou a ouvir e estou a gostar 🙂
Jota
24 de Janeiro, 2017 at 15:29Já sabes o que acho, não é mesmo? E god… que capa genial!