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SOCIEDADE \ Os seres e as mudanças

28 de Fevereiro, 2016
Creio que eu não seja a única pessoa que é assim. Tal como as diversas direções que o vento adapta aos seus dias, eu gosto de dedicar alguns momentos às mudanças. Não sei, acho divertido deslocar um objeto de uma ponta para outra, dispor os móveis de um certo compartimento de uma forma diferente… Percorrer um outro trajeto de caminho ao nosso destino, dar uma oportunidade àquele sabor da nossa receita favorita. E o mesmo podemos aplicar às nossas atitudes e maneiras de pensar. É mais que sabido que faz parte do fenómeno crescimento amadurecermos a pessoa que somos, mas existem casos e casos, e depende bastante do meio a que estamos submetidos. Muito provavelmente, já vos aconteceu serem intitulados de “falsos” por, pura e simplesmente, defenderem com garras e dentes um assunto que há dois ou três dias atrás colocavam na borda do prato e nem se dignavam a fazer sobressair aquilo que realmente pensavam. O que acontece é que as pessoas que abraçam este tipo de atitudes ou são muito ignorantes por julgarem que as pessoas não devem, em circunstância alguma, diversificarem a sua opinião, ou elas mesmas nunca foram atingidas pelo meteoro a que denominamos “mudança”. Vai-se lá saber como é que se organizam os ficheiros no cérebro destes seres.
No meu caso, gosto de acreditar que as pessoas influenciam – e bastante – os nossos pensamentos, as nossas ações, o rumo que o nosso dia pode seguir até ao nascer do sol da manhã seguinte. Seja para aprimorarmos a nossa postura, adotarmos um estilo de vida diferente, assistir a um filme que jamais nos passaria pela cabeça… A verdade é que as mudanças fazem falta. Se queremos ser pessoas melhores, basta que nos circundemos de outras “exemplares”, que queiram o nosso bem de uma forma genuína e sem segundas intenções. Basta admitirmos os nossos erros perante uma ocorrência que deveria ter seguido uma outra orientação. Se nos for possível, de nada custa darmos ouvidos àquela sugestão que pode radicalizar as nossas próximas escolhas. O certo é que temos de estagnar um pouco no tempo, refletir de uma forma racional, aceitar que faz parte da nossa natureza oscilarmos de uma fonte para outra, deixar o rio fluir espontaneamente e adaptarmos a nossa pequena pessoa no meio a que viemos parar. Se conseguirmos aceitar aquilo que somos e aquilo que temos, sem nunca fritarmos os neurónios de maneira despropositada, beber do vento que nos conduz a certos destinos jamais deixará que a sede nos seque por dentro. 
  • Reply
    Zen Vogue
    28 de Fevereiro, 2016 at 20:36

    Escreves estupidamente bem 😉 Quem me dera, de vez em também tenho os meus momentos.

    Isa,
    Novo post, zenvogue.blogspot.pt
    xoxo

  • Reply
    Ana S.
    7 de Março, 2016 at 21:08

    Alterar a opinião e/ou mudar de perspectiva faz parte do processo de aprendizagem e amadurecimento. Estranho seria se pensássemos o mesmo a vida inteira – significava que tínhamos estagnado. Para além de saudável, a mudança é parte do desenvolvimento. Nunca a vi como má e se alguém a considera como tal, é como dizes: só podem ser ignorantes.
    Bom texto, como sempre 🙂

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