Desde muito nova que presencio a união que existe na minha família. Embora os tempos tenham vindo a sofrer grandes e muitas alterações, até ao natal de dois mil e onze, que a minha família se organizava e fazia do natal “o dia de rever a família”. Sempre tivemos por hábito contribuir com tudo e mais alguma coisa, arrumar a sala de modo a que se criasse espaço para as danças, convidar tios, primos e sobrinhos de muito longe. Recordo-me da sensação que era rever familiares que já não colocava a vista há algum tempo. Recordo-me das músicas africanas que se colocavam, das danças que dali saíam, do ambiente, da comida que sempre deu prazer ingerir, dos doces que passeavam pela casa. Arrepio-me ao relembrar-me da quantidade de tempo que já passou desde que eu era uma mera criança que ainda tinha muito que crescer.
Mas a vida dá voltas e essas levam as pessoas consigo. A partir de um certo tempo, o número de familiares nas festas foi-se diminuindo porque grande parte foi viver para fora e a vida não está fácil para (quase) ninguém. Mas a casa que costumava encher-se de pessoas continua no mesmo lugar, com as pessoas do dia-a-dia que nunca deixaram de se agrupar e fazer deste dia diferente dos outros. E se há recordação que nunca abandonará a minha pessoa é aquela em que está retratada que com muita ou pouca gente, o melhor do natal e dos restantes dias do ano, é o amor que coexiste numa família.
2 Comments
Ísis
12 de Dezembro, 2015 at 15:13Se natal significa amor, todos os dias deveriam ser natal.
Carolayne R.
12 de Dezembro, 2015 at 15:44É um facto… Mas para mim todos os dias são natal 😀