Não preciso de ser uma expert em cinema para poder apontar o que melhoraria neste filme. Nem tão pouco preciso de parecer exagerada ao dizer que foi uma boa experiência. Sabia que tinha ido ao Colombo para ver um filme de terror só não contava em ver este.
M3gan explora como seria convivermos com um brinquedo comandado pela inteligência artificial, denunciando a sua inspiração em sagas já antes vistas como “Anabelle”, ‘The boy“, “Westworld” ou “Black Mirror”. Para quem vive mergulhada em histórias fictícias, facilmente acerta nos plots, arruinando as surpresas.
Por outro lado, é como se toda esta experiência anterior desse mostras de resultar no meu radar de percepção. Dá até a sensação de que já estou mega preparada para uma invasão zombie, mesmo que provavelmente só durasse uma semana!
Fiquei muito entretida, outras vezes borrada, só de me imaginar na presença de uma entidade com a capacidade de se melhorar a um ponto em que mais ninguém a segura.
Vivi essa mesma experiência quando acompanhei as duas primeiras temporadas de “Westworld” (as 2 últimas são como se não existissem para mim), numa tentativa de explorar do que se trata a consciência humana. Artistas tentam descobri -lo junto de cientistas e leigos do assunto. M3gan não nos dá essas respostas, obviamente, contudo cedeu-me mais espaço para pensar.
Se é um filme pelo qual vale a pena investir dinheiro? Diria que não. Creio que valha ainda mais esperar para o ver em casa. Certamente que outras opções de cartaz mereçam o investimento. Mesmo que o final sugira uma continuação que, claramente, eu quererei ver, sei que corro o risco de me desiludir – ou então não! -.
Tenho esta postura devido às representações que me deixaram um pouco de pé atrás, criando uma atmosfera tão superficial quanto àquela que a boneca deveria ter na vida daquelas crianças, exagerando ou nem sequer dando tempo entre certos momentos do filme!
Muitas cenas são, sem dúvida, mainstream. Como já apontei, não há nada de novo aqui.
A questão é que elas se interligam, gerando um sentido que ninguém poderá refutar. Apesar de não termos tudo narrado de mão beijada, as motivações das personagens são claras, há uma evolução no modo como se relacionam, a própria M3gan ajuda nessa construção, daí não ter saído da sala de cinema mega desapontada. Chamem-lhe o placebo pós muito tempo sem ir ao cinema, mas esta sessão foi o que eu precisava sem sequer o reconhecer à primeira!
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