BOOK REVIEW \\ “A SANGUE FRIO”, TRUMAN CAPOTE (*)

Terminei-o em Fevereiro e ainda não sei bem o que dizer. Sinto que nada do que eu aqui apresentar fará jus à genialidade deste livro, ainda para mais, tratando-se de uma novidade da época, protagonizando assim uma abertura de mentes e ideias que perduram até aos tempos de hoje. Como sabem, sigo a Bel Rodrigues há alguns anos e é com grande ânimo que consumo o seu conteúdo, pois, sei que sempre encontrarei informações fidedignas e úteis ao meu aprendizado acerca de criminologia e literatura, como um todo. Foi por lá que descobri a existência deste obra e foi nas bancas de livros atrás da Bertrand do Chiado que o comprei a um preço simbólico.

Não digo que tenha sido uma leitura rápida, pois, tenho vindo a ter alguns problemas de concentração no que toca à leitura – cellphone being a little devil here! -, contudo, sei que a cada capítulo, eu ia-me sentido cada vez mais intrigada, desconfortável e até um tanto curiosa para descortinar o final de toda esta trama, mesmo tendo conhecimento de que as vítimas do homicídio aqui apresentado acabariam por morrer. “A Sangue Frio” apropriou-se de uma história real e moldou-a não só como meio de entretenimento – pois, todos os livros assim o acabam por ser -, mas acima de tudo como meio de nos dar a conhecer um facto histórico e que, na companhia de tantos outros, ainda choca quem sobre ele toma conhecimento. Aqui, o autor não aprofunda muito toda a psicologia do crime, no entanto, existem excertos que nos conseguem elucidar para tal, embora acredite que nada justifique a prática de um crime tão horrendo e desumano.

O que me corroeu, e eram nesses momentos em que eu tornava à consciência em tempo real, foi o facto de grande parte das informações não serem ficcionais, embora o tratamento prosaico assim o indique. Não nos podemos esquecer, quando temos em mãos “romances não-ficcionais” sustentados pelo corpo do jornalista que se dedicou a recolher informações pertinentes, que estes aglomerados de folhas, palavras, regras da semântica jamais deverão servir de inspiração para se transcrever o que quer que seja para o mundo real, mas sim como uma lembrança do que não se deve perpetuar pela história da humanidade. Conforme o avanço da leitura, o título foi fazendo cada vez mais sentido na minha percepção e julgo que apesar de discutir uma atrocidade, esta obra merece bastante atenção por parte de cada um de nós, adequando-se a qualquer fase de elucidação mental!

Já leram este livro? Como foi a vossa experiência? ♥

(*) Sendo o IMPERIUM um dos blogues afiliados da Wook [PT], da Bertrand [PT] e do Book Depository [ENG], ao comprarem através do link, estão-me a ajudar com o meu trabalho e eu agradeço-vos, desde já, pela contribuição! Podem ler mais acerca do assunto AQUI!